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Política

Marcelo Roque sem fricote e sem frescura

PREFEITO DE PARANAGUÁ RESPONDE SOBRE TUDO

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Agora Litoral – ENTREVISTA

Perto de completar dois anos à frente da maior cidade do Litoral do Paraná, o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, aceitou conceder uma entrevista exclusiva pela primeira vez ao Agora Litoral.
Nossa exigência: perguntar de tudo. A única dele: não falar de assuntos pessoais. A entrevista foi gravada no dia 26 de novembro, em seu gabinete.
Marcelo Roque falou sobre a redução da tarifa de água, das promessas de campanha ainda não realizadas, do relacionamento com o Legislativo, dos problemas da cidade, das críticas que recebe e de vários outros temas.

Agora Litoral: Prefeito, permita começar descontraidamente: o seu governo é sem fricote e sem frescura?

Marcelo Roque: Sem frescura nenhuma! Com dois anos de idade perdi minha mãe. Imagine um pai cuidando de seis crianças… As coisas tinham que ser práticas e objetivas. Amor não faltou, mas nossa vida era muito simples. Simplicidade que fez com que o povo de Paranaguá se identificasse com a família Roque ao longo de todos esses anos. Foi assim que eu aprendi. A minha gestão é baseada nos mesmos pilares de simplicidade com que meu pai viveu: ouvindo o povo.

AL: Qual o seu balanço depois desses quase dois anos à frente da Prefeitura?

MR: Quando me propus a ser prefeito dessa cidade, em 2016, sabia que boa parte do esforço da nossa equipe seria para corrigir os erros do passado. Já avançamos em vários problemas, principalmente na Saúde, quando, por exemplo, diminuímos o tempo de atendimento da UPA.

Também avançamos com a pavimentação, drenagem e padronização de calçadas em vários bairros. Quando chegamos em um bairro novo, os moradores dos bairros ao redor já começam a reivindicar nas redes sociais. Todos querem sair da lama e pisar no asfalto, e a gente sempre pede paciência. Ainda existe muito para ser feito, mas ainda temos dois longos anos de trabalho e tenho certeza de que serão dois anos de muito progresso.

AL: Uma das áreas mais carentes de Paranaguá sempre foi a Saúde. Como ela está hoje?

MR: É importante a gente lembrar da situação caótica em que a Saúde se encontrava. Faltava gestão, fiscalização e humanidade. Em dois anos conseguimos realizar quatro testes seletivos para contratação de pessoal, aumentando o Saúde da Família de 19% para 85%.

Também contratamos uma empresa para suprir os plantões médicos. Hoje temos mais de 40 médicos atuando nas Unidades Básicas de Saúde e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Investimos R$ 2,6 milhões e adquirimos 23 novos veículos.

Implantamos o horário estendido nas unidades básicas de Alexandra, Vila Garcia, Serraria do Rocha, Vila Divinéia, Gabriel de Lara e Serraria do Rocha, além da Ilha dos Valadares, que agora é 24h.

Outras três unidades estão em construção: no Porto Seguro, no Leblon, mais uma na Ilha dos Valadares e outra em Encantadas, na Ilha do Mel.

O controle dos focos de dengue também está sendo uma marca desta administração, embora ainda temos muito a avançar na conscientização.

Todas as unidades básicas de saúde passaram por manutenção completa, resolvendo problemas estruturais antigos desde o telhado, pintura, piso, forro, parte elétrica e hidráulica, dentre outras benfeitorias.

Resgatamos o antigo CME daquela vergonha que se encontrava. Um verdadeiro criadouro de dengue no coração da cidade. Hoje abriga a Secretaria Municipal de Saúde, e futuramente as instalações da unidade avançada do Hospital Erasto Gaertner.  As licitações para compra do mobiliário e de equipamentos estão adiantadas. O paciente de câncer não precisará mais ir a Curitiba ou em municípios da região metropolitana para fazer quimioterapia ou consultas. Só quem vive ou viveu isso sabe a importância que esse serviço vai ter.

AL: E a saída dos médicos cubanos?

MR: Com o anúncio do término do convênio com o governo brasileiro e o retorno dos médicos para Cuba já tomamos as providências para que a empresa contratada possa suprir os plantões e faça as devidas reposições, pois atualmente a situação é mais confortável e não há falta de profissionais no quadro. Somos muito gratos por todo esse tempo de dedicação dos médicos cubanos à população parnanguara.

AL: Para governar, é necessário um bom relacionamento com a Câmara. Como é esse relacionamento?

MR: A Câmara tem trabalhado em prol da população, entendendo as nossas demandas e propondo melhorias e projetos de relevância para toda a sociedade.

AL: Como o senhor define a oposição no Legislativo?

MR: Perdida, orquestrada por um uma TV falida, sempre pensando na próxima eleição. Eles se colocam contra propostas que beneficiam a população por puro desprazer político-partidário, por não gostarem da cor dos meus olhos. Até agora, em dois anos, não vi nenhuma grande ação positiva por parte dos que se dizem oposição, mas ainda tenho esperança de que essa mesma oposição dedique mais tempo para trabalhar em prol da população.

AL: Prefeito, vamos colocar um pouco mais de sal e pimenta na nossa conversa. Pode ser?

MR: Sim, claro.

AL: O senhor falou dos avanços na cidade, mas algumas coisas não saíram do papel, como a Estação Ferroviária, por exemplo. O que houve?

MR: Se você vai reformar a sala da sua casa, acerta o valor com o profissional e no meio da obra ele diz que vai precisar de mais dinheiro você continua a obra? Pior ainda: se ele diz que troca a janela por um valor x e depois de um tempo ele pede o dobro?

A Estação é minha promessa de campanha; nossos técnicos e fiscais da prefeitura não concordaram com as exigências que a empresa fez no meio da obra e só pagamos o que foi acordado. Do contrário seríamos todos lesados.

Ainda assim a parte mais complexa, que era o telhado, já foi concluída. A estação está com mais de 50% da obra concluída. Outra licitação está em andamento para finalizarmos e termos o nosso cartão-postal de volta o quanto antes.

AL: Outra pedra no sapato do parnanguara é a tarifa de água e esgoto, que o senhor, na campanha eleitoral, prometeu resolver e, inclusive, até interviu na empresa responsável por esse serviço, mas nada mudou até agora. Há alguma expectativa favorável para a redução na conta de água e esgoto?

MR: Não é novidade pra ninguém que decretamos a intervenção na empresa; estamos falando isso desde outubro. Três situações foram determinantes para que isso acontecesse naquele momento: a falta de justificativa para os valores cobrados atualmente na tarifa, os níveis de perda no abastecimento de água e a utilização do sistema de coleta de esgoto de maneira unitária que, em casos de enchente, faz com que o esgoto volte.

Tudo isso foi baseado em um estudo técnico e encaminhado também ao Ministério Público. A fiscalização está muito mais fundamentada. A cobrança de esgoto no Valadares e em outros bairros ainda não foi autorizada. No Valadares se cobrava esgoto sem ter a Estação de Tratamento funcionando. Também preciso destacar o episódio de flagrante das fezes calcificadas, lançadas no Rio Itiberê e mostradas pela RPC e outras mídias de nível estadual.

AL: A intervenção não foi até o ponto que a Prefeitura queria. O senhor vai desistir dessa luta?

MR: Não! Eu vou até o final dessa disputa judicial pelo bem da população parnanguara, por uma tarifa justa, por um serviço de qualidade.

AL: Há pouco tempo um ponto de parada de ônibus caiu em cima de uma pessoa na Avenida Roque Vernalha. Qual o motivo de muitos deles estarem em tão péssimas condições? O que está sendo feito para solucionar esse problema que atinge milhares de pessoas?

MR: Licitações com preços altíssimos e materiais de péssima qualidade sem contemplar a manutenção. Mais um vício do passado que está sendo corrigido. Quando esse episódio aconteceu estávamos finalizando a fase interna da licitação dos novos pontos. Quando se assume gestão não se pode resolver tudo ao mesmo tempo. Alguns problemas demoram mais pela complexidade técnica de encontrar fornecedores e orçamentos de preço justo. A equipe que trabalha nas licitações dos pontos de ônibus é a mesma que, em breve, vai licitar a nossa balsa municipal e acabar com outro problema histórico.

AL: A balsa municipal para o Valadares então será realidade?

MR: Com certeza. Os moradores da Ilha não merecem pagar tão caro por esse serviço.

AL: O senhor tem sido bombardeado, desde o início do mandato, pela televisão local. Na sua opinião, qual o real motivo das críticas tão ácidas ao seu governo?

MR: Isso tá até chato… A própria população está saturada e já percebeu que a intenção desta emissora é tão somente atacar a mim, minha gestão e minha família. É lamentável que já contamos hoje exatamente dois anos e 2 meses passados da eleição e eles ainda não digeriram a derrota.

AL: Como assim?

MR: Ora, todo mundo sabe que a TV almeja conquistar a prefeitura. Resta saber pra que… A perseguição aumenta a cada dia porque não recebem verba municipal alguma. Alguns veículos de comunicação estavam acostumados a receber dinheiro dos cofres públicos em troca de elogios à administração, mesmo esta sendo um caos. E esse tipo de acordo ilegal eu não admito na minha gestão. Essa situação está sendo investigada, e quem for condenado vai ter que devolver dinheiro para o Município.

AL: Devolver dinheiro? Por quê?

MR: Alguns veículos de comunicação foram condenados administrativamente por recebimento de valores dos cofres públicos sem que conseguissem comprovar a execução dos serviços. Por tal motivo, o Município ingressou com medida judicial contra esses veículos de comunicação visando receber e restituir aos cofres públicos os valores que receberam indevidamente.

AL: Ainda sobre a TV local… Atualmente ela está repercutindo a ideia de indícios de direcionamento e superfaturamento na licitação para a contratação de empresa que deve fazer a coleta de lixo em Paranaguá. Por que o valor de referência saltou para R$ 28 milhões, mais alto até que Cascavel e Maringá?

MR: Paranaguá tem dimensões e cenários diferentes desses que você citou. Temos ilhas e regiões afastadas, que até então não são contempladas nas licitações anteriores. Com isso já descartamos a comparação com essas cidades.

AL: Mas aumentou o valor da licitação…

MR: O valor inicial da licitação aumentou em virtude de vários fatores, como a necessidade de ampliação dos serviços, aumento da quantidade de lixo coletado e em lugares que até então não é feito pela empresa que presta o serviço atualmente.

As licitações de serviços diferenciados foram feitas separadamente em outras gestões. Nesta gestão, foram realizados inúmeros estudos técnicos para que todos os serviços pudessem integrar um só processo, o que efetivamente facilitará a fiscalização bem como haverá uma significativa economia aos cofres públicos.

As últimas licitações, que abrangiam a limpeza pública do município totalizaram mais de R$ 26 milhões. Os técnicos do município efetuaram todos os levantamentos, estudos e diagnósticos para apurar a real necessidade e solução para a limpeza da cidade, agrupando todos os contratos anteriores, chegando ao valor de R$ 28 milhões por conta da ampliação de serviços, da quantidade coletada e das áreas incluídas. Mesmo assim esse valor ainda pode diminuir por conta da disputa durante a concorrência pública.

AL: Dê um exemplo prático da melhoria desse serviço…

MR: Um exemplo? Ilha dos Valadares e Alexandra serão atendidas por um caminhão cada; são regiões que antes não eram contempladas. Aliás, o número de equipamentos de limpeza é bem maior também em comparação à licitação anterior.

A licitação anterior possuía vários vícios, não sendo um modelo ideal de comparação para esta que estamos fazendo, inclusive me admira que alguns veículos de comunicação não tenham fiscalizado na época…

AL: A nova licitação incluirá as comunidades marítimas?

MR: Sim, a nova licitação também inclui serviços nas comunidades marítimas e regiões mais isoladas como comunidade de Amparo, Piaçaguera, Ponta do Ubá, Europinha, Eufrasina, São Miguel, Ilha da Cotinga e Ilha do Teixeira. Todos esses argumentos e ainda a necessidade de se acabar com a dengue de vez no município nos dão total segurança de que este processo é transparente, econômico e eficiente.

AL: Sabe-se que não dá pra fazer tudo em quatro anos, mas o senhor pretende cumprir algumas promessas de campanha, como a revitalização do Aeroparque, por exemplo?

MR: Com a nova iluminação do Aeroparque acredito que já avançamos bastante, principalmente em segurança. O playground é um sucesso entre as crianças e, em breve, atenderemos as crianças especiais. Mais qualidade de vida e o direito de brincar que toda criança tem, mas não pára por aí, tudo isso vai ficar ainda mais bonito quando dermos cara nova para o Aeroparque.

AL: E a praça que leva o nome do seu pai que o senhor prometeu revitalizar?

MR: Igualmente daremos cara nova para a Praça Mário Roque, que também é compromisso de campanha. Falando em compromisso de campanha, também faremos as subprefeituras. Nós assumimos o desafio de consertar os erros do passado e colocar a cidade no eixo, mas não esquecemos dos nossos compromissos de campanha e ainda temos muito chão pela frente.

AL: Prefeito, teríamos muitas outras perguntas, mas vamos deixar para uma outra oportunidade. Queremos agradecer pela entrevista e deixar um espaço para as suas considerações finais e um recado à população de Paranaguá…

MR: Fechamos o ano com chave de ouro e com a notícia de que nossas contas municipais referentes ao exercício de 2017 foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

Faz mais de cinco anos que o Município não tem as contas aprovadas. Isso significa que atendemos a todos os preceitos legais, o que demonstra uma gestão de qualidade.

Eu só tenho a agradecer a compreensão e apoio de toda a população. Todos os dias quando acordo eu peço que Deus me proteja, me dê saúde e principalmente sabedoria para entender, perceber e resolver os problemas da população. Eu levo esses problemas para casa todos os dias, mas foi uma escolha que eu fiz. Então só tenho a agradecer à minha família pela paciência e o amor que recebo. Gostaria de agradecer pela oportunidade de falar sobre os avanços da nossa Paranaguá e desejar um bom final de ano a todos, e que 2019 seja muito melhor do que já foi 2018.

Marcelo Roque recebeu o Agora Litoral em seu gabinete no Palácio São José

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Homem é preso por passar a mão em funcionária de loja no centro de Paranaguá

Foi na manhã de terça-feira

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Na manhã de terça-feira (27), um homem de 56 anos foi encaminhado para o plantão da Delegacia Cidadã de Paranaguá por agentes da Guarda Civil Municipal, acusado de importunação sexual. A ação ocorreu após denúncia de uma moça de 23 anos, que informou ter sido assediada pelo detido na loja em que trabalha, no centro da cidade.

De acordo com o boletim policial, por volta das 10h50, uma equipe da GCM foi até o estabelecimento e encontrou o suspeito detido pelos funcionários. Em seguida, os agentes conversaram com a vítima, a qual, chorando muito, relatou que o homem havia passado a mão eu seu rosto e cabelos e que, depois, veio a tocar em suas nádegas.

Outra funcionária, que estava próximo, visualizou a cena e o homem correu. A vítima, em pânico, pediu a ajuda da amiga de trabalho e, momentos depois, o acusado acabou detido.

Encaminhado à unidade policial, o suspeito, que reside em Curitiba e não tinha passagem pelo sistema prisional, acabou autuado em flagrante. Posteriormente foi conduzido à Cadeia Pública, onde ficou recolhido à disposição da Justiça.

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Foragido por roubos é preso pela Polícia Civil em Matinhos

Ele era procurado desde outubro de 2022

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Foto: Gabrielle Sversut

Um homem, de 29 anos, condenado por cometer roubos, foi preso pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) nesta segunda-feira (23), no bairro Vila Nova, em Matinhos. O criminoso estava foragido desde outubro de 2022.

“O homem possui uma extensa ficha criminal. A PCPR apurou que ele utilizava facas nos roubos”, contou o delegado da PCPR Cristiano Quintas.

CRIME
Os crimes foram cometidos em 2015 e 2016, em Curitiba e Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba. Um dos roubos foi cometido dentro de um ônibus contra o cobrador e os passageiros.

Da PCPR
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Paranaguá terá novo vereador quarta-feira

JOÃO MENDES ASSUME NO LUGAR DE MARCUS ROQUE

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Agora Litoral
A cidade de Paranaguá terá novo vereador nesta quarta-feira (27). João Mendes Filho, do MDB, assume, na Câmara Municipal, às 19 horas, no lugar de Marquinhos Roque (PODEMOS), cassado por infidelidade partidária.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, na noite de segunda-feira (25), a perda do mandato de Marquinhos, que ocupava o cargo de presidente da Câmara de Vereadores.

A Justiça Eleitoral entendeu que a migração de Marquinhos Roque, do MDB para o PODEMOS, ocorreu sem justa causa, e que não havia nenhuma das hipóteses legais que autorizariam a troca de partido.

Marquinhos Roque perdeu o mandato

EXPERIÊNCIA
João Mendes Filho é servidor municipal há 37 anos. Ingressou no serviço público aos 17 anos, quando ainda era permitido, na função de contínuo (office-boy). Com o tempo exerceu diversos cargos até chegar à condição de secretário municipal de Administração, em duas gestões do ex-prefeito Mario Roque.

Em 2008, elegeu-se vereador, com 855 votos, para a legislatura 2009/2012. Na última eleição obteve 326 votos e ficou como primeiro suplente do MDB.

Com a saída de Marquinhos Roque do MDB ingressou com ação de infidelidade partidária, em 18 de maio de 2018, conquistando definitivamente o cargo após decisão do ministro Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral, na segunda-feira, 25 de março.

MANDATO
Em entrevista ao Agora Litoral, João Mendes Filho disse que vai exercer o cargo “em defesa da cidade de Paranaguá”, através de projetos que possam atrair empresas e gerar empregos. Igualmente, prometeu lutar pelos funcionários públicos.

Perguntado sobre qual deveria ser sua postura na Câmara Municipal, afirmou que votará conforme sua consciência. “Os projetos do Executivo que eu considerar de interesse da comunidade terão meu voto”, adiantou.

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