As suspeitas de moradores no bairro Itapema de Cima, em Antonina, sobre o sumiço de um homem de 61 anos, levaram a Polícia Militar a descobrir um crime de roubo ocorrido no fim de semana.

Na noite de segunda-feira, (08/02), policiais militares do 9º Batalhão foram averiguar as informações repassadas pela comunidade e acabaram encontrando o idoso ferido e caído dentro de casa. Ele não era visto há dois dias.

Por volta das 20 horas, o Centro de Comunicações 190 da PM recebeu uma ligação. A solicitante relatou que seu vizinho provavelmente estaria em óbito dentro da residência, pois a moradia se encontrava fechada há vários dias.

Imediatamente uma equipe policial se deslocou para averiguar um possível achado de cadáver e, ao chegar no local, em uma rua alternativa do bairro, chamada de João Rodrigues Pereira, encontrou o imóvel fechado.

Populares relataram que o morador não era visto pelas ruas a pelo menos dois dias e que seu cachorro de estimação, um labrador, estava sem comida e sem água por todo esse tempo.

Os vizinhos contaram também que estranharam essa situação, pois o homem nunca deixou o animal passar fome e, por isso, entraram em contato com o 190 para pedir o apoio policial.

Em seguida, a guarnição verificou que o portão da frente da casa permanecia trancado com um cadeado, sendo necessário pular o muro para chegar próximo do imóvel. Logo depois os policiais entraram na casa, pela porta da frente, que se encontrava destrancada. Depois, os policiais chamaram o morador pelo nome e ele respondeu, de dentro do quarto, que estava trancado.

O idoso informou que estava caído e que não conseguia levantar para destrancar a porta. Ao tentar contato novamente com o homem, os policiais perceberam que ele respondia cada vez com mais dificuldades e em um tom muito baixo, sendo necessário, então, arrombar a porta do quarto para que fosse possível ter acesso ao cômodo.

No entanto, como o homem se encontrava caído atrás da porta, bloqueando a passagem, os policiais tiveram que acessar o local, com ajuda de populares, por uma janela.

Na sequência, foi verificado que o homem estava muito debilitado, apresentando uma grande lesão do lado esquerdo do seu rosto, além de secreção no ouvido esquerdo e sangue seco em seus lábios e boca, além de escoriações nos braços e pernas.

Segundo testemunhas, a vítima faz uso de muletas, pois possui uma deficiência em suas pernas e, por causa disso, tem bastante dificuldade em se locomover quando sai de casa. De imediato, a equipe policial entrou em contato com a central da 4ª Companhia, a qual acionou o SAMU para prestar os socorros imediatos ao idoso.

ROUBO E AGRESSÃO

Enquanto os policiais aguardavam a chegada da ambulância, a vítima, que ainda permanecia lúcida, relatou que teria sido agredida durante um roubo. O homem contou aos militares que três indivíduos teriam adentrado sua residência, há dois dias, e o agrediram com um golpe na cabeça. Ele disse que os bandidos haviam roubado sua carteira com documentos, além da quantia de R$ 700 e dois relógios que estavam em seu quarto.

Em suas declarações, o idoso disse ainda que não conseguiu sair do quarto devido aos ferimentos sofridos e por sua limitação em se locomover, permanecendo lesionado dentro do cômodo dois dias consecutivos, sem água e alimentos. Ele não soube relatar se mais objetos teriam sido levados, mas informou que conhecia dois dos assaltantes e que um terceiro já tinha visto na rua.

O idoso, cujo primeiro nome é Sérgio, acabou levado ao hospital municipal para atendimento de urgência e na noite de terça-feira, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá.

UM JÁ FOI IDENTIFICADO

Durante as diligências, os policiais verificaram que câmeras de monitoramento na região poderiam ter registrado a chegada dos assaltantes no local. Graças a elas, e a outras informações, também foi apurado que um dos suspeitos já seria conhecido na região pela prática de furtos.

Os vizinhos ficaram responsáveis pela casa, que é propriedade de familiares do idoso, residentes em Santa Catarina.