As propostas dos consórcios interessados em elaborar estudos para implantação e readequação da malha ferroviária estadual já estão sendo analisadas pelo governo. A ideia é ligar o Oeste do Paraná ao Porto de Paranaguá, em uma extensão total de 1,2 quilômetros de via férrea.
A contratação do consórcio responsável por elaborar os Estudos de Viabilidade Técnico-operacional, Econômico-financeira, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) da Ferroeste faz parte do Programa Estratégico de Infraestrutura e Logística de Transportes do Paraná, que conta com financiamento de mais de R$ 940 milhões do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID).
Quando estiver concluído, o EVTEA-J irá compreender trechos de ferrovia entre Maracaju (MS), Guaíra, Cascavel, Guarapuava e Paranaguá, além do ramal Cascavel/Foz do Iguaçu.
Os consórcios que disputam a licitação foram selecionados após chamamento público e a abertura das propostas de elaboração do EVTEA-J aconteceu na sede do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), em Curitiba, na última semana.
PARÂMETROS PARA UM MODELO FERROVIÁRIO
Os estudos têm o objetivo de compilar informações e definir parâmetros básicos de estruturação de um modelo técnico e operacional do transporte ferroviário no Estado. O orçamento inicialmente referenciado é de cerca de R$ 20,8 milhões.
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, assinala que a intenção é diminuir os atuais gargalos existentes neste modal, garantindo mais eficiência na movimentação de cargas e maior competitividade no setor produtivo do estado.
“Um dos pilares da economia paranaense é o agronegócio, principalmente por conta da exportação de produtos como soja, milho e trigo, que saem do porto de Paranaguá”, disse o secretário.
De acordo com Alex, é essencial que o Governo possa garantir o transporte desses produtos nas ferrovias, ligando as zonas produtoras ao porto.
“A elaboração desse EVTEA-J é o maior estudo ferroviário em curso no Brasil atualmente”, afirmou.
O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, é entusiasta do projeto.
“Estamos no caminho certo para resolver o gargalo logístico do Paraná. Este projeto será transformador para nosso estado. A disputa está sendo muito acirrada, com a participação de consórcios de excelente qualidade e bons acervos técnicos”, comentou.
DETALHAMENTO DO PROJETO
Os estudos de viabilidade avaliarão as possibilidades de implantação de dois trechos: o primeiro é a ferrovia Paranaguá/Maracaju (MS), com extensão aproximada de 1.191 quilômetros, enquanto o segundo trata-se do ramal ferroviário Cascavel/Foz do Iguaçu, com extensão aproximada de 179 quilômetros.
Entre outras coisas, o EVTEA-J deve buscar alternativas para possibilitar a interoperabilidade entre os trechos e a malha existente; justificar a viabilidade econômico-financeira dos trechos que compõem o corredor Oeste, considerando a demanda de cargas de exportação e importação existente.
A iniciativa visa a permitir o transporte de cargas até o Porto de Paranaguá de forma rápida, segura, eficiente e economicamente atrativa, além de buscar o melhor traçado para a implantação do projeto, considerando o aproveitamento do trecho já em operação entre Cascavel e Guarapuava.
Os trechos a serem contemplados pelos estudos estão subdivididos em:
- Maracaju (MS) – Dourados (MS) (106 km)
- Dourados (MS) – Guaíra (254 km)
- Guaíra – Cascavel – Ibema (201 km)
- Ibema – Goioxim (136 km)
- Goioxim – Guarapuava (67 km)
- Guarapuava – Prudentópolis (74 km)
- Prudentópolis – Engenheiro Bley (158 km)
- Engenheiro Bley – São José dos Pinhais – Alto da Serra (75 km)
- Alto da Serra – Pé da Serra – Morretes (62 km)
- Morretes – Paranaguá (19 km)
- Paranaguá – Pontal do Paraná (39 km) e ramal Cascavel – Foz do Iguaçu (179 km)
A licitação acontece na modalidade de Seleção Baseada na Qualidade e Custo (SBQC), em que empresas pré-selecionadas foram convidadas a apresentar propostas técnicas e de preço.
Todos os documentos e informações sobre esta licitação podem ser acompanhados na página Compras Paraná.
O consórcio será declarado vencedor de acordo com análise combinada de suas propostas técnicas e de preço.
No caso das propostas técnicas são avaliados três critérios: experiência prévia; adequação da metodologia e plano de trabalho ao proposto no edital e qualificação dos profissionais participantes na elaboração do projeto.
Nas propostas de preço o critério é o menor valor oferecido. O prazo previsto para execução dos estudos é de 12 meses, a partir da data de emissão da Ordem de Serviços.
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