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‘Máscara’ encontrada no mar há 30 anos é obra de artista paranaense

ENIGMA INTRIGOU PESQUISADORES E MORADORES

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Do G1 Paraná
O olhar aguçado de um pesquisador foi o primeiro passo para a solução de um enigma que intrigou pesquisadores e moradores do litoral do Paraná ao longo de quase três décadas.

Encontrada por um mergulhador, na Praia dos Amores, em Caiobá, Matinhos, uma “máscara em bronze” de cerca de 30 cm, que se especulou ser de séculos atrás, trata-se na verdade de uma obra do artista plástico paranaense Jefferson Cesar, que morreu em 1981. (Veja, mais abaixo, sobre o artista).

O objeto de adorno, feito a partir da fundição de sucata, foi achado pelo empreiteiro Diomar Renato Cunha, o Seto, entre 1989 e 1990, na Praia dos Amores, em Caiobá, balneário de Matinhos.

“Ele morreu em 2002 – sem ter ideia da origem da peça”. Marcos Bonatto, um amigo que costumava mergulhar com Seto, conta que por muito tempo eles tentaram descobrir de onde o artefato veio.

Entre pesquisas e busca por profissionais, o objeto – que não tem concavidade para ser chamado de máscara – chegou a ter moldes em gesso feitos no Museu Paranaense, em Curitiba.

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A investigação não avançou. Uma das razões alegadas é a falta da peça original, que atualmente está com a viúva do mergulhador. Ela foi procurada pela reportagem, mas limitou-se a confirmar que está com o objeto.

Depois de conhecer a peça em uma publicação do G1 Paraná, em fevereiro de 2018, o historiador e pesquisador do Museu Oscar Niemeyer (MON), Ricardo Freire, “reabriu” o caso.

Dois anos antes, uma mostra com obras de Jefferson Cesar havia sido realizada no museu. Ele, então, procurou a filha do artista, Beatriz Cesar, que é bióloga, mas tem se dedicado à pesquisa da vida e obra do pai para um livro.

Pouco tempo depois, um dossiê foi organizado pelo pesquisador. No documento, há pareceres dele, de Beatriz e de especialistas, além de comparativos com outras obras e estudos do artista plástico.

Beatriz Cesar com obras do acervo particular. Foto: Giuliano Gomes

Alguns elementos que embasam a solução do enigma:

  • Semelhança com outras esculturas do artista plástico na forma e nos adereços;
  • Detalhes característicos como a representação de rostos masculinos embutidos em capacetes ou elmos e a temática de reinterpretação;
  • Assinatura com as letras “JC” no objeto semelhante a de outras obras;
  • Artista contemporâneo explica como e com quais materiais Jefferson confeccionou a peça;
  • Ao menos três especialistas concluem que é uma obra do artista.

“Ao comparar a ‘máscara’ com as obras de Jefferson Cesar em coleção particular e na coleção do MON, percebem-se semelhanças”, analisa Freire. Ele trata como grande a possibilidade do objeto ser do artista. Outros especialistas cravam.

“Do ponto de vista estético, estilístico e técnico a obra não deixa a menor dúvida de pertencer ao artista”, avalia Fernando Bini, professor de história da arte e estética e crítico de arte.

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O artista plástico Elvo Benito Damo, um dos iniciadores da fundação artística no Paraná ao lado de Jefferson e criador do primeiro ateliê de fundição do estado, diz não ter dúvidas sobre a autoria do achado.

“A peça é do Jefferson. Eu me lembro da época que ele mandou fundir isso [na década de 1970], além de todos os detalhes e etc. É obra dele”, sentencia.

Peça do acervo de Jefferson com traços semelhantes à ‘máscara’

Teste de liga metálica
Uma das razões para o historiador que elaborou o dossiê não tratar a questão como resolvida é a falta de testes, como o de liga metálica. A necessidade é minimizada por outros envolvidos no caso.

“A liga metálica é besteira. Vai te dizer que aquilo ali é latão ou que não é bronze. Só vai te dizer isso”, afirma Elvo Damo.

De acordo com a arqueóloga do Museu Paranaense Cláudia Inês Parellada, que conhece a peça desde a década de 1990, o teste só seria importante se não tivessem tantas características do artista na obra.

“[O teste] de liga metálica, a partir do momento que usavam solda de vários metais de descarte, tem variação bastante grande”, explica.

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Cláudia descarta hipóteses do objeto ter origem indígena ou Inca, por exemplo. Em 2002, a obra se tornou capa do livro “Peabiru – os Incas no Brasil”, de Luiz de Alvarenga Galdino. “Está totalmente fora. Não tem como não ser do Jefferson”, sustenta a arqueóloga.

Para o amigo de fundição do artista, o único enigma agora é descobrir como essa peça foi parar no mar. “Esse é grande o mistério, o resto não tem mistério”, afirma. “Acho que vai precisar contratar um detetive”, brinca o artista.

Escultura de Dom Quixote onde Jefferson deixou um bilhete

Jefferson Cesar, um Dom Quixote na arte do Paraná
Nascido em Siqueira Campos, no Norte Pioneiro do Paraná, em 1932, Jefferson Cesar se mudou para Curitiba aos 15 anos. O sonho de ser arquiteto não foi para frente. Em vez disso, dividiu-se entre as artes plásticas e o trabalho como técnico no Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

“Ele sempre teve essa coisa do desenho. Estava sempre rabiscando, fazia muita caricatura dos amigos para zoar”, conta a filha, Beatriz Cesar.

Com o trabalho artístico todo desenvolvido em Curitiba, Jefferson levou a “vida dupla” até se aposentar. “Desde que me conheço por pequena em casa sempre teve ateliê. Tinha o espaço em que se dedicava”, afirma.

A filha conta que o trabalho artístico do pai, que passou por quadros, colagens, esculturas, entre outros, foi impulsionado depois de um curso com Estanislau Traple, pintor e professor de artes plásticas. “Uma hora era pinheiro, outra catedral. E sempre riscava antes de tacar a tinta”, diz.

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O amigo e artista plástico Elvo Benito Damo coloca Jefferson com figura importante na introdução da fundição artística no Paraná, na década de 1970. Premiado e reconhecido em vida, o artista é considerado um dos iniciadores do que se chama de arte contemporânea do Paraná.

Fernando Bini, que foi curador da mostra “Jefferson Cesar, um Dom Quixote na arte do Paraná”, classifica o artista como alguém que criou um pop extremamente pessoal, com sínteses plásticas que reelaboram as tradições da arte brasileira.

Um testemunho colocado por Jefferson na base de uma escultura de Dom Quixote, de 1976, deixa clara a veia sonhadora usada na criação de seus mundos imaginários. “Temos muitos heróis, precisamos de outros Dom Quixotes”, diz o bilhete.

Um tumor no cerebelo abreviou a vida do artista, que morreu seis meses após o diagnóstico, em 1981. A mulher e outra filha também já são falecidas. Hoje, o único desejo da herdeira Beatriz é que a história do autor e das obras sejam preservadas.

Obras de Jefferson Cesar expostas em Curitiba. Foto: Giuliano Gomes

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PM recupera carro furtado e prende suspeito de roubo em Paranaguá

Homem estaria envolvido em crime ocorrido no Centro Histórico

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A Polícia Militar recuperou um veículo com registro de furto em Paranaguá e prendeu um homem suspeito de roubo, no qual o mesmo carro foi utilizado para a fuga.De acordo com a ocorrência, por volta das 13h de sexta-feira (22), uma equipe da Rádio Patrulha da PM realizava policiamento ostensivo no bairro Bockmann quando avistou um automóvel GM Corsa preto, que constava como furtado.

Ao verificarem a situação, os policiais encontraram o carro estacionado, destrancado, sem chaves e sem bateria. O motor ainda estava quente, indicando que o veículo havia sido abandonado recentemente.

Enquanto estavam no local, os militares receberam informações de um policial de folga que informou que indivíduos haviam utilizado o carro para cometer um roubo durante a madrugada. Na ocasião, um homem ameaçou uma mulher com uma faca de cozinha e subtraiu seu celular e dinheiro no Centro Histórico.

Dando sequência às diligências, os policiais foram informados sobre a presença de um dos suspeitos nas proximidades do local onde o veículo foi encontrado. Logo após, conseguiram abordar dois homens, mas nada ilícito foi encontrado com eles.

No entanto, fotos dos abordados foram enviadas via WhatsApp para a vítima do roubo, que reconheceu um dos abordados como autor do crime.

Welington Cardoso, de 36 anos, foi identificado como sendo o homem que estava com a faca encontrada no veículo utilizado no assalto. Ao ser questionado, Welington negou envolvimento, mas afirmou que quem estava com a faca era outro indivíduo e forneceu o nome do suposto autor.

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Porém, diante dos fatos, o outro homem abordado foi liberado no local e Welington foi encaminhado à Delegacia Cidadã junto com o veículo recuperado, a faca utilizada no crime e a vítima orientada para os procedimentos legais cabíveis.

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Matrículas e rematrículas na rede estadual estão abertas até 29 de novembro

O processo é voltado para novos estudantes e também para aqueles que já fazem parte da rede, mas que ainda não confirmaram sua vaga.

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A Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) informa que o período de matrículas e rematrículas para o ano letivo de 2025 segue aberto até 29 de novembro. O processo é voltado para novos estudantes que desejam ingressar na rede estadual e também para aqueles que já fazem parte da rede, mas que ainda não confirmaram sua vaga.

De acordo com a Seed-PR, mesmo os alunos que perderam o prazo inicial de rematrícula podem regularizar a situação dentro do período atual. “O sistema permanece aberto e é possível confirmar a vaga ou até mesmo solicitar uma nova escola, se houver interesse. Nosso objetivo é assegurar que nenhum aluno fique sem acesso à educação no próximo ano”, reforça a chefe do Departamento de Governança de Dados, Fernanda Evangelista.

O procedimento é realizado exclusivamente online, por meio da Área do Aluno no site oficial da Seed-PR. No sistema, os responsáveis ou estudantes maiores de 18 anos podem:

  • Confirmar a vaga na escola indicada pela Secretaria
  • Solicitar mudança para até três instituições de preferência
  • Escolher cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, quando aplicável

O resultado da solicitação será enviado por e-mail, com informações sobre a alocação do estudante.

Documentos necessários

Para efetivar a matrícula ou rematrícula, os seguintes documentos devem ser apresentados:

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  • RG e CPF do estudante
  • Comprovante de residência atualizado
  • Histórico escolar
  • Comprovante de vacinação (para rematrícula)
  • Documento do responsável legal (para menores de 18 anos).

A documentação pode ser anexada na plataforma ou entregue presencialmente na escola até o início do ano letivo, previsto para 5 de fevereiro de 2025.

Da AEN

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Boletim semanal da dengue confirma mais 308 casos no Paraná

Regional de Paranaguá é a terceira com maior número de diagnósticos confirmados neste período

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O novo informe semanal da dengue, publicado nesta terça-feira (19) pela Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), registrou mais 308 casos da doença e nenhum óbito no Estado. Somados os dados do novo período epidemiológico, iniciado em 28 de julho de 2024, o Paraná registra 34.589 notificações, 3.981 diagnósticos confirmados e uma morte em decorrência da doença.

As Regionais de Saúde com o maior número de casos confirmados neste período epidemiológico são a 17ª RS de Londrina (967); 15ª RS de Maringá (419); 1ª RS de Paranaguá (350); 2ª RS Metropolitana (340) e 8ª RS de Francisco Beltrão (247).

ZIKA E CHIKUNGUNYA
Neste período foram confirmados 13 casos de chikungunya e 14 de zika vírus.

Confira o Boletim Semanal completo AQUI. Mais informações sobre a dengue estão neste LINK.

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