A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná lançou nesta quinta-feira (29/6) o Programa Mulher Segura Paraná, resultado de uma integração com o Tribunal de Justiça do Paraná, Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), Controladoria-Geral do Estado (CGE) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE-PR).
Durante todo o dia foram ministradas palestras para as servidoras da SESP/PR e de demais órgãos interessados.
O programa prevê promoção de eventos com palestras de enfrentamento da violência doméstica, empoderamento feminino e direitos da mulher, além de oficinas de defesa pessoal, primeiros socorros e prevenção de crimes.
“A ideia surgiu após uma série de debates sobre iniciativas que poderíamos adotar com a intenção de diminuir a violência doméstica e o feminicídio em todo o Paraná”, disse o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira. “Com prevenção e ações mais assertivas, queremos evitar esses crimes e fazer com que o Paraná se torne referência no combate à violência contra mulheres”.
Com o objetivo de proporcionar às mulheres paranaenses maior segurança, o programa atuará em diversas frentes. Uma delas é a prevenção, composta por palestras, primeiros socorros e defesa pessoal.
“Essa atuação na frente de prevenção que se inicia hoje será dividida em dois momentos. Primeiro para servidoras do Estado e, num segundo momento, para empresas, sindicatos, associações de municípios e prefeituras. A Sesp entra com a estrutura técnica, enquanto a empresa entra com a logística”, explicou o coordenador-adjunto de Operações Integradas de Segurança Pública (Coisp), Leonardo Bueno Carneiro.
Outra iniciativa refere-se à instalação de ambientes adequados e humanizados em delegacias de polícia voltados para vítimas de violência doméstica.
“Temos 240 unidades policiais, sendo 21 delegacias especializadas no atendimento à mulher. Estamos com um projeto de criar espaços mais humanizados, voltados para as mulheres, dentro das delegacias. A mulher que precisa deste tipo de atendimento deve se sentir segura e acolhida. A ideia é que ela se sinta à vontade neste ambiente”, explicou a delegada-chefe da Divisão Policial Especializada da Polícia Civil, Luciana Novaes.
Outra iniciativa é voltada às medidas protetivas de urgência para mulheres vítimas de violência doméstica, ainda em discussão com o Poder Judiciário e o Ministério Público.
Segundo a desembargadora Ana Lúcia Lourenço, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID) do Tribunal de Justiça do Paraná, esse programa está alinhado às ações dos tribunais.
“O Poder Executivo, com esse programa, soma conosco na área de informação e prevenção, pois precisamos fortalecer essa rede de atendimento e enfrentamento para que as mulheres saibam que há uma iniciativa firme do poder público no sentido de estimular a criação de ambientes seguros”, afirmou.
A controladora-geral do Paraná, Luciana Carla da Silva Azevedo, ressaltou que o órgão público é uma instituição com um papel fundamental na promoção da transparência, da ética e da integridade. “É lamentável constatar que o assédio moral e sexual ainda seja uma realidade em muitos ambientes de trabalho. Para combater e prevenir qualquer forma de assédio, criamos um canal exclusivo para o atendimento às servidoras que tenham passado por isso”, disse. A Ouvidoria da Mulher, criada em conjunto com a Semipi, tem atendimento feito exclusivamente por mulheres.
COMBATE
O Paraná já conta com uma rede de proteção à mulher com a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia da Mulher e a Casa da Mulher Brasileira de Curitiba. As mulheres podem denunciar os casos de violência doméstica para o 190 da Polícia Militar, o Disque-Denúncia 181 ou também para o número 180, do Governo Federal. No Estado, a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa é responsável pela implementação de políticas públicas para fortalecer os vínculos entre as mulheres e investir em ações de empoderamento e emancipação.
Da AEN
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