Professores da rede estadual do Paraná anunciaram uma paralisação para a próxima sexta-feira (29/04). A mobilização, que foi aprovada em assembleia realizada pela APP Sindicato, no dia 8 de abril, reivindica data-base, progressões nas carreiras além de outras demandas.
“Nós não estamos falando em aumento salarial. Apenas exigimos o que é direito de qualquer trabalhador do Brasil, que é ter a recomposição inflacionária no seu salário. Mesmo com 3% aqui, 1,5% acolá há quatro ou cinco anos atrás, a defasagem salarial hoje dos educadores gira em torno de 30%”, disse o presidente da App Sindicato, Márcio Ribeiro.
O dia 29 de abril é a data em que servidores estaduais da educação relembram o ato conhecido como “Batalha do Centro Cívico”, ocorrida em 29 de abril de 2015, em frente ao Palácio Iguaçu. Na ocasião, servidores protestavam contra um projeto que previa mudanças na Paranaprevidência, quando, à mando do governo, policiais militares contiveram os manifestantes com bombas de gás, jatos de água e balas de borracha.
Leia a íntegra da nota da APP Sindicato:
“Prezados(as) estudantes, mães, pais e responsáveis.
Nós, professores(as) e funcionários(as) de escola da rede de ensino do Paraná, pedimos a sua atenção: no dia 29 de abril realizaremos um dia de paralisação em todo o estado.
Sabemos das dificuldades de uma greve – ainda que de um dia – para a organização familiar, mas esperamos contar com a compreensão e apoio de cada mãe, pai e aluno(a). O governador Ratinho Junior não nos deixa alternativas.
Estamos há seis anos sem reposição da inflação, perdendo poder de compra, direitos da carreira e sob intensa pressão e assédio nas escolas. Tudo ficou mais caro e a educação ficou para trás. Trabalhamos e educamos com amor, mas amor não paga as contas.
A qualidade do ensino ofertado a nossos(as) estudantes também está em risco. Faltam concursos públicos para garantir o pessoal necessário ao bom funcionamento das escolas. Faltam recursos físicos e equipamentos para cumprir as metas impostas pelo próprio Estado. Falta apoio a educadores(as) e estudantes no difícil retorno presencial. Falta respeito.
Enquanto nós, e vocês, pagamos impostos em dia, grandes empresas lucram com isenções bilionárias. Na educação, avançam a terceirização e a privatização, a exemplo da farsa da Unicesumar. Essa não é a escola pública que tanto lutamos para construir.
Nesta data, 29 de abril de 2015, numa quarta-feira à tarde, professores(as), funcionários(as), estudantes e servidores(as) de diversas áreas foram covardemente atacados(as) e brutalmente feridos(as) pela Polícia Militar sob as ordens do então governador Beto Richa e seu secretário de Segurança, Fernando Francischini.
Este dia ficou marcado em nossas memórias e jamais poderá ser apagado. Mas o massacre nunca parou. Por isso estaremos, mais uma vez, reunidos no dia 29 de abril. Lutaremos pelos nossos e pelos seus direitos. Pelo futuro da sua e das nossas famílias.
Temos compromisso e responsabilidade com a educação. Jamais deixamos de cumprir nossas obrigações, mas o governador descumpre a lei, mente e ameaça o presente e o futuro do Paraná.
Somente unidos(as) e fortes poderemos garantir uma escola pública gratuita e de qualidade para todos(as). Você sempre pode contar conosco. Precisamos contar com você.”
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