A delegada Tathiana Guzella, responsável pela investigação das duas mortes em um posto de combustíveis em Curitiba, no final da tarde de quinta-feira (11), disse que o caso foi motivado por um acerto de contas envolvendo uma cobrança por pedras preciosas, sendo a maior parte de esmeraldas, no valor de R$ 480 mil.
Segundo ela, um ourives, que mora em Curitiba, repassou as pedras para o empresário Bruno Ramos Caetano e precisava cobrar o valor para pagar um fornecedor de São Paulo.
Como o ourives era amigo do empresário, ele preferiu contratar o advogado Ygor Kaluff para fazer a cobrança.
Ygor foi ao local acompanhado de um amigo chamado Henrique Mendes Neto. Os dois foram mortos à queima roupa na loja de conveniências de um posto de combustíveis na Rua Brigadeiro Franco, no Centro da capital.
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O empresário Bruno Ramos Caetano foi preso na madrugada de sexta-feira (12), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, suspeito de ser o mandante do crime.
“Quando Ygor foi à loja de conveniências, local público, filmado, ele levou consigo um amigo que ia começar a trabalhar para ele mesmo, para o próprio Ygor, como motoboy em um restaurante que ele possui sociedade com um estrangeiro. Ele foi com esse amigo e ambos estavam desarmados. Ocorre que, por outro lado, o empresário preso contrata três pessoas para acompanhar a reunião e os três estavam armados”, explicou a delegada Tathiana.
Depoimento do suspeito preso
No depoimento, segundo ela, o empresário Bruno Caetano disse que não sabia o nome dos homens que estavam armados e que ele contratou apenas um, contudo, três apareceram no local.
“Ou seja, ele [Bruno, o suspeito preso] não sabe de nada. Ele mentiu no interrogatório em alguns pontos”, acrescentou a delegada.
“Trata-se claramente de um homicídio qualificado pela plena impossibilidade de defesa das vítimas. Em nenhum momento elas estavam armadas e sequer tinham a possibilidade de defesa através dos três que estavam armados em seu desfavor”, disse a delegada.
Ela afirmou que a segunda qualificadora é a torpeza do motivo. “Motivo torpe, nojento, vil, repugnante e, sem dúvida nenhuma, que as mortes ocorreram porque uma pessoa estava cobrando uma dívida que, aparentemente, existiu”, ressaltou.
Empresário suspeito de ordenar execuções
Ourives diz que não esperava que o pior acontecesse
O homem que combinou a cobrança da dívida que terminou com duas pessoas mortas a tiros no posto de combustíveis no Centro de Curitiba disse em depoimento à Polícia Civil que “não esperava que o pior aconteceria”.
Ele contou que vendeu pedras preciosas – obtidas de um fornecedor de São Paulo – ao empresário Bruno Ramos Caetano, que foi preso nesta sexta-feira (12), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, suspeito de ser o mandante do crime.
A testemunha, que é ourives, disse que vendeu R$ 480 mil em esmeraldas e diamantes ao empresário Bruno Ramos Caetano no fim do ano passado e que, desde então, não recebeu. Ele afirmou que estava recebendo cobranças do fornecedor – a quem tem que pagar R$ 150 mil.
Conforme o depoimento, a testemunha mencionou a dívida em conversa com o advogado e amigo dele Ygor Kaluff, de 40 anos, uma das vítimas. A versão do ouvires indica que a ideia de fazer a cobrança ao empresário pessoalmente, em nome do fornecedor, foi do próprio advogado.
Ygor foi ao local acompanhado de um amigo chamado Henrique Mendes Neto. Os dois foram mortos à queima roupa na loja de conveniências de um posto de combustíveis na Rua Brigadeiro Franco. A testemunha também estava no local.
A defesa do empresário Bruno Ramos Caetano afirmou que vai se manifestar oportunamente.
Ygor (arquivo pessoal)
A família do advogado disse que Ygor Kaluff deixa dois filhos, uma esposa e uma mãe que dependia financeiramente dele.
Com informações do G1 Paraná
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