Carro que seria usado pelos golpistas foi flagrado por câmeras de vigilância

Agora Litoral
Uma mulher de 57 anos perdeu R$ 45 mil em um golpe praticado por três homens, na tarde da última sexta-feira, 16, em Paranaguá. A vítima procurou a 1.ª Subdivisão Policial, para o registro da ocorrência, informando que ficou mais de duas horas com dois dos estelionatários e que só descobriu o golpe quando eles sumiram com o dinheiro.

O GOLPE

Tudo teria começado por volta das 11 horas, quando a vítima se encontrava na Avenida Coronel José Lobo, no bairro Costeira, e foi abordada por um homem alegando ser analfabeto, o qual se identificou como “Pedrinho” e disse que estava procurando um escritório de contabilidade na região, pois precisava efetuar um pagamento.

Ao ver o suposto documento que estava nas mãos do homem, a mulher constatou que, na verdade, era um recibo com o valor de R$ 560.000,00. Enquanto orientava o tal “Pedrinho”, outro homem apareceu se identificando como “Roberto” e se oferecendo para ajudar.

Segundo a vítima, após tomar conhecimento da situação, o segundo indivíduo alegou que sabia onde era o escritório de contabilidade, o qual estaria situado nas proximidades de onde ele trabalhava. Que, então, “Roberto” acabou convencendo a mulher a acompanhá-lo até o tal escritório, que ficava nas proximidades.

Ao chegarem ao local indicado, eles encontraram um rapaz fechando o portão de um imóvel, informando que era o filho do proprietário da contabilidade. Ao ver o recibo, o rapaz confirmou que seria verdadeiro, mas que o dinheiro a receber, devido aos juros, seria de R$ 1,6 milhão e que esse valor era referente a investimentos que o pai falecido do beneficiário teria com o dono da contabilidade.

Para dar prosseguimento ao golpe, o rapaz teria relatado que iria levantar o máximo de dinheiro que podia para acertar uma parte do valor ainda à tarde. Que, então, a vítima e o segundo suspeito retornaram até onde o “Pedrinho” estava e eles acabaram convencendo a mulher a sacar o dinheiro que tinha no banco, em troca de uma recompensa de R$ 125 mil.

A dupla ainda teria combinado que o tal “Roberto” também iria receber o mesmo valor por ajudar e que, em seguida, ele saiu, dizendo que iria até o seu local de trabalho e retornou em um veículo VW Gol e mostrou uma bolsa, contendo dólares e dinheiro em maço, que somariam o valor de R$ 15 mil.

Ao ver o dinheiro a mulher resolveu sacar seus investimentos no banco. Pegou, inicialmente, uma parte do valor e retornou à tarde para buscar o restante. Neste espaço de tempo, entre um saque e outro, os dois homens teriam levado a mulher para almoçar.

Para finalizar o golpe, os estelionatários teriam entrado em contato com um tal de “Ale”, colocando o telefone celular no viva voz. O homem orientou a mulher a passar seus dados pessoais e trazer um comprovante de residência, para que pudesse receber a recompensa.

A mulher contou, ainda, que “Roberto” também foi orientado a buscar um comprovante de residência e que estavam próximo ao banco, quando saíram a pé, deixando o tal “Pedrinho” no carro. Neste momento, “Roberto” alegou que iria na casa de sua irmã buscar o comprovante e orientou a vítima a se encontrar com ele no escritório.

CAIU A FICHA

Só quando percebeu que estava sozinha na rua é que a mulher descobriu que tinha caído num golpe. Ela avisou os familiares e foi até o escritório e descobriu que o imóvel estava fechado. Ela ainda procurou o prédio onde o tal “Roberto” disse que trabalhava e descobriu que ele estava mentindo o tempo todo.

Em suas declarações à polícia, a mulher contou que quando encontrou o “Ale”, o mesmo ainda mostrou uma bolsa com bastante dinheiro, que ele teria dito que era para cirurgia do seu pai. Ela ainda desconfiou da água que tomou de uma garrafa oferecida pelo tal “Pedrinho”, acreditando que pode ter sido dopada enquanto falava com os estelionatários e que isso pode ter provocado alterações no seu comportamento, fazendo com que não desconfiasse do que estava acontecendo.

Após o crime, imagens de um veículo VW Gol branco, que seria dos estelionatários, foram divulgadas nas redes sociais, mas até o momento nenhuma informação que pudesse levar aos autores do delito foi repassada à polícia.

Câmeras só registraram o carro utilizado pelos estelionatários