
Paranaguá, PR
Agora Litoral
A recente denúncia do programa Fantástico, da Rede Globo, sobre corrupção envolvendo um ex-prefeito e ex-vereadores de Antonina, no litoral paranaense, com dinheiro oriundo da autoridade portuária, envergonhou e entristeceu os moradores da cidade. Para eles, a corrupção no município é reflexo do que ocorre atualmente no Brasil.
A reportagem do Fantástico mostrou vídeos gravados pelo ex-prefeito João Domero mostrando o pagamento de ‘mensalinho’ a alguns ex-parlamentares – César Luiz Cordeiro, Ademir Barroca e Galo Cego. O pagamento a eles era feito pelo ex-secretário de Agricultura e Meio-Ambiente de Antonina, Paulo Celso Castro, o Tato.

Apesar de ser o denunciante, João Domero também se enrolou. Ele admitiu ter recebido alguns pagamentos (R$ 10 mil por mês) do ex-vereador e ex-diretor do Porto de Antonina Luiz Carlos de Souza, o Luiz Polaco, mais R$ 2 mil de crédito no Mercado Nenê para comprar cestas básicas para os mais carentes, segundo Domero. “Errei muito, mas por falta de conhecimento”, tentou justificar o ex-prefeito.

BEIJO DO BOCA
Numa das imagens mais impressionantes, o ex-assessor de João Domero, Tico Boca, chega a beijar o dinheiro da propina. As cenas correram o mundo e indignaram os moradores de Antonina, município com pouco mais de 20 mil habitantes. Eles estão temerosos que a cidade fique conhecida como ‘cidade da propina’.
Antonina tem no turismo a sua maior fonte de renda. Em entrevista à TVCI, alguns moradores demonstraram a sua indignação e fizeram questão de ressaltar que uma coisa são os maus políticos e suas ações, e outra bem diferente são os moradores da cidade. “Uma vergonha o que estão fazendo com a nossa Antonina”, resumiram.
CHORO
Em depoimento ao Ministério Público, o ex-vereador Galo Cego chegou a chorar. O choro do ex-vereador virou meme nas redes sociais.




DENUNCIADOS POR CORRUPÇÃO
O Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Antonina, ofereceu denúncia contra 11 pessoas por corrupção. Entre os denunciados estão o ex-prefeito, ex-vereadores e ex-secretários da gestão 2013-2016 e um ex-diretor da Autoridade Portuária de Paranaguá e Antonina (Appa).
De acordo com as investigações do MPPR, o então prefeito pagou propina a alguns vereadores para que eles votassem contra sua cassação em processo que estava em curso na Câmara Municipal. Além disso, o ex-prefeito teria pago para que vereadores apoiassem sua gestão. Quanto ao ex-diretor da Appa, o MPPR apurou que ele teria pago para que alguns vereadores retirassem de pauta no Legislativo projeto contrário aos interesses da atividade portuária.
Os réus foram denunciados por associação criminosa e corrupção ativa e passiva. As investigações evidenciaram outros fatos ilícitos que geraram a instauração de novos procedimentos investigatórios em curso, entre eles: oferta de pagamentos mensais a vereadores pela Appa para prefeitos de Antonina, práticas de corrupção durante a formação do Conselho Municipal do Meio Ambiente e para a liberação de nota fiscal do Terminal Portuário Ponta do Félix.
(Com informações do MPPR)