
Paranaguá, PR
Agora Litoral
Duas tentativas de fuga acabaram sendo frustradas nesta terça-feira (13) em Pontal do Paraná e em Guaratuba, no litoral paranaense. Pela destruição de paredes e celas, tudo indica que as fugas ocorreriam simultaneamente das delegacias dos dois municípios.
Em Guaratuba, o plano foi descoberto pela equipe de plantão da Polícia Civil que, com o apoio da Polícia Militar, evitou que os detentos ganhassem as ruas. Uma das celas já estava com a parede preparada para a fuga, que provavelmente seria tentada na noite desta terça-feira ou na madrugada de quarta.
Já em Pontal do Paraná, os presos destruíram paredes e celas e só não saíram graças aos investigadores. O Conselho de Segurança de Pontal do Paraná disse não ser mais possível continuar com o elevado número de presos na delegacia da cidade. O local, que tem capacidade para seis pessoas, hoje abriga mais de 20.
“Não é possível continuar com este número elevado de presos. Novamente riscos e gastos desnecessários que poderiam ser evitados se o Departamento Penitenciário transferisse pelo menos metade dos presos atualmente amontoados na delegacia”, afirmou o Conseg.

NOTA OFICIAL
Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná abordou a questão. Disse que a direção da Polícia Civil e o Departamento de Execução Penal estão cientes do problema de superlotação nas carceragens das delegacias do estado, mas lembra que já houve avanços: “No início de 2011 a Polícia Civil gerenciava em torno de 14 mil presos e hoje o número é de aproximadamente 9,5 mil”, diz a nota.
De acordo com o comunicado oficial, “a cúpula da segurança pública tem trabalhado para reduzir o número de presos em delegacias. Semanalmente, o Comitê de Transferência de Presos (Cotransp), que conta com representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, autoriza a transferência de presos de delegacias para o sistema prisional. No entanto, as vagas só são abertas com a saída de presos e, para isso, é preciso autorização do Poder Judiciário”.
Ainda segundo a nota da Secretaria de Segurança Pública, a solução para o caso de superlotação são as 14 obras de construção e ampliação de unidades prisionais do Estado. Serão abertas cerca de 7 mil novas vagas com essas novas unidades prisionais.
Além disso, diz a nota, é uma alternativa a adoção das tornozeleiras eletrônicas para aqueles presos que cometeram crimes de menor potencial ofensivo e que passam a ser monitorados a partir do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o número de presos monitorados subiu de 500 no início de 2015 para aproximadamente 5 mil este ano.