
Paranaguá, PR
Agora Litoral
Um casal de pastores foi preso nesta quarta-feira (12), após o cumprimento de mandado de busca e apreensão e prisão. Eles são suspeitos de manter dois filhos (de 9 e 11 anos), em cárcere privado. A ação chegou até a Polícia Civil de Imbituba através de denúncias anônima ao Conselho Tutelar do município.
De acordo com a polícia, as crianças foram resgatadas vivendo num quartinho nos fundos da residência principal sem luz elétrica e televisão. “Quando não tinha ninguém em casa, eles eram trancados na edícula.
Eles só saíam do local para ir à escola, e às vezes na casa dá avó com o pai”, afirmou a delegada responsável pelo caso, Emanuele Siqueira. Ela disse ainda que no quarto das crianças tinha apenas um beliche, um guarda-roupa e uma mesa para estudo.
A delegada contou também que no momento que a equipe policial chegou na casa as crianças começaram a arrumar suas coisas e não quiseram continuar morando no local. “Elas foram ouvidas na delegacia na presença de uma psicóloga e ficaram felizes em saber que iriam para um abrigo”, disse a delegada.
A equipe policial levantou que a comida era servida pelo pai na hora do almoço e jantar. Após as refeições eles eram obrigados a limparem os utensílios utilizados e a lavarem os uniformes escolares.
A residência do casal de pastores era uma casa aconchegante com quatro quartos, dois banheiros, vários televisores, além de moveis planejados, mas as crianças eram impedidas de entrar no local. Os meninos são filhos do pastor. A mulher tem dois filhos (de 19 e 20 anos) que moram em Curitiba onde estudam numa faculdade particular.
O casal foi preso em flagrante e ouvido na delegacia. Eles alegaram que o comportamento faz parte da educação rígida que eles passavam aos filhos. Questionada sobre a falta de luz, a mulher alegou que as crianças dormiam cedo, por volta das dezenove horas e por isso não precisavam de luz.
Segundo relatos das crianças na delegacia, caso elas tirassem notas menores que 8,5 na escola, elas eram castigadas. De acordo com a Polícia não havia sinais de agressões e a agressão contra os meninos já estaria ocorrendo há cinco anos. Caso condenado, o casal pode pegar de três a oito anos de prisão. Como é costumeiro, a identidade dos dois não foi revelada pela Polícia Civil.