Uma mulher foi presa no início da noite de segunda-feira (12/7), suspeita de tentar levar um bebê recém-nascido da maternidade do Hospital do Trabalhador em Curitiba. Talita Meireles, de 23 anos, foi detida no momento em que tentava sair do hospital com a criança no colo. De acordo com a instituição, ela foi barrada por não ter uma pulseira de identificação.
Em depoimento à Central de Flagrantes, Talita disse que engravidou em janeiro e que sofreu um aborto em 27 de junho, mas que não chegou a contar para nenhum familiar ou amigo sobre a perda da criança. Ela disse que iria pegar a criança para dizer que era dela.
“Eu ia dizer que nasceu, alguma coisa assim. Eu fiquei muito desesperada. Eu não sei o que passou pela minha cabeça.”, afirmou. Estava todo mundo esperando por essa criança que eu perdi, e eu não quis contar pra ninguém”, disse.
O marido dela também foi ouvido pela polícia e confirmou que não sabia que a esposa tinha sofrido um aborto.
Suposta venda
No momento em que estava sendo presa, Talita chegou a afirmar à PM que venderia a criança a uma vizinha.
Ao ser questionada sobre a primeira informação prestada aos policiais, a mulher alegou que contou a história porque estava nervosa. Ela foi presa com algumas roupas de bebê na bolsa.
Investigação
A polícia investiga como a mulher entrou no hospital sem ser identificada. Ela disse à polícia que ninguém do hospital pediu para que ela se cadastrasse na entrada da maternidade.
De acordo com os depoimentos, o caso aconteceu próximo ao horário da troca de turnos das equipes de enfermagem e segurança.
Talita disse à polícia que pegou um uniforme da enfermagem em um vestiário, dentro do hospital.
Uma técnica de enfermagem afirmou à polícia que a suspeita foi até o quarto onde a criança estava e disse à mãe do bebê que o levaria para fazer exames.
“Eu fui olhar as crianças. Eu comecei a olhar e aí eu queria pegar um nenê no colo. Quando eu vi, tudo aconteceu. Mas eu não queria fazer nenhuma maldade. Eu não queria causar nada”, disse Talita em depoimento.
De acordo com os depoimentos, na portaria, ao tentar sair do hospital, a suspeita não vestia mais o uniforme de enfermagem. Ao ser barrada, ela disse que tinha ido até o local porque a criança tinha se engasgado, mas que o caso já estava resolvido.
A suspeita e a criança foram levados a uma sala da assistência social do hospital. No local, a mãe verdadeira do bebê reconheceu o filho e a polícia foi chamada.
Em nota, o Hospital do Trabalhador informou que a mulher foi barrada ao tentar sair do local com a criança. De acordo com a instituição, a criança tinha uma pulseira de identificação e a mulher, não. Após ser barrada, a polícia foi chamada e a criança foi devolvida à mãe.
“Reiteramos que os procedimentos de segurança adotados no Hospital foram efetivos, bloqueando a tentativa deste crime. Importante registrar que a Maternidade do Hospital do Trabalhador possui 27 anos de funcionamento sem nenhuma ocorrência desta natureza, demonstrando a qualidade dos seus protocolos de segurança”, informou a nota.