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Paraná

Mãe e filhote de onça-pintada são vistos na Serra do Mar

Espécie corre sério risco de extinção por já ter perdido 85% de seu habitat.

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Uma onça pintada e seu filhote foram vistos na região da Serra do Mar paranaense. As imagens, que são raras, foram gravadas em janeiro, mas divulgadas somente esta semana e indicam que o habitat desse animal está recuperando as condições para sobrevivência e reprodução da espécie, dizem os observadores.

O registro, feito por meio de uma armadilha fotográfica, é resultado de um monitoramento em 17 mil quilômetros quadrados (km²) de Mata Atlântica entre os estados de São Paulo e Paraná. A área, 11 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, integra a Grande Reserva Mata Atlântica, o maior remanescente contínuo do bioma no Brasil.

O trabalho faz parte do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, que tem o apoio da Fundação Grupo Boticário. O programa, lançado oficialmente em novembro do ano passado, tem o objetivo de gerar dados para subsidiar planos de conservação da anta (Tapirus terrestris), da queixada (Tayassu pecari), além da onça-pintada (Panthera onca).“A gente tem uma rede de apoio de monitoramento, com atores que vivem na região. O registro foi de um dos nossos atores que monitora a unidade de conservação. Dentro desse monitoramento apareceu essa fêmea com o filhote, o que mostra que a região é adequada para a ocorrência da onça. Também é um sinal de que o bicho está se reproduzindo na região e isso é um bom indicativo para a conservação da espécie”, disse à Agência Brasil o biólogo Roberto Fusco.

Fusco é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e também responsável técnico do programa. Segundo o especialista, o monitoramento de espécies ameaçadas gera informações para planejamento de conservação e ajuda a criar estratégias mais efetivas para proteção e recuperação das populações desses animais.

O biólogo também destaca que esse tipo de atividade é importante para apoiar tomadores de decisão nas ações de proteção e manejo a nível territorial em um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do país.

Onça-pintada
Pesando entre 60 e 160 quilos, a onça-pintada é uma das espécies-símbolo do Brasil, ilustrando, inclusive, a cédula de 50 reais. Apesar disso, a espécie, que é o maior felino das Américas e o terceiro do mundo, corre sério risco de desaparecer na Mata Atlântica, por já ter perdido 85% de seu habitat. Estima-se que atualmente o número seja inferior a 300 indivíduos.

O biólogo lembra que as armadilhas fotográficas colocadas em campo já haviam registrado fêmeas da espécie, mas que até o registro feito no início do ano, os pesquisadores não tinham informações sobre a capacidade de reprodução da espécie na região.

“Até então a gente tinha registrado fêmeas e, com esse registro da mãe e do filhote, a gente confirmou que a espécie está se reproduzindo”, relatou Fusco. Segundo o especialista, o filhote aparenta ser um pouco mais velho. “Em geral, os filhotes ficam dois anos com a mãe e depois desse período de tempo ele já pode se estabelecer um território para se reproduzir”, disse.

Fusco lembra que para que isso ocorra é necessário a preservação da Mata Atlântica. Mamíferos de grande porte como a onça, o porco-do-mato, a anta, o veado e a capivara, entre outros, sofrem com a perda de habitat e pressão de caça.

“Grandes mamíferos necessitam de áreas extensas para sobreviver, são extremamente vulneráveis à perda de habitat e à pressão da caça, sendo os primeiros a desaparecer”, explicou.

O especialista lembra ainda que a manutenção dessas espécies é fundamental para o equilíbrio ambiental. Mamíferos carnívoros, como a onça-pintada, por estarem no topo da pirâmide alimentar, são essenciais no controle e equilíbrio de populações de outros animais que fazem parte da sua dieta, influenciando diretamente em toda dinâmica do ecossistema.

“São animais que precisam de um território bem grande. Eles podem se movimentar por quilômetros, a gente já registrou um mesmo indivíduo distante 35 km em linha reta e isso justifica a importância de conservar todo o corredor para ele poder transitar”, observou.

Já mamíferos herbívoros, como a anta e a queixada, são essenciais para a manutenção da floresta, por serem dispersores de sementes. Tais espécies são responsáveis pela dispersão de mais de 100 tipos de sementes, por extensão de cerca de 40 quilômetros, diariamente.

“Teoricamente é uma área que tem uma floresta contínua, mas tem problemas com a caça, exploração de palmito e a questão dos imóveis, a especulação imobiliária. A longo prazo, não seria exagero dizer que a viabilidade da floresta corre um grande risco”, alerta o pesquisador.

Entre as consequências que podem ocorrer sem o equilíbrio e a preservação dos animais estão a perda de diversidade vegetal, introdução de espécies invasoras, perda de atividades econômicas como o turismo, além de outras imprevisíveis.

“A perda dessa biodiversidade de animais vai acarretar um monte de outros problemas até imprevisíveis, como novas doenças, perda de qualidade de água para o abastecimento das populações, entrada de espécies invasoras, perda de atividades como o turismo que gera renda, fora a liberação de carbono com a perda da floresta”, alertou Fusco.

Conflitos
Fusco disse que a próxima etapa do projeto é o mapeamento de locais onde a presença do animal gera conflitos, o que pode resultar na morte de indivíduos, como o que aconteceu com uma onça-pintada encontrada morta na região da Serra de Paranapiacaba, no estado de São Paulo, na última quinta-feira (15). O animal possuía mais de 50 perfurações de chumbo. Uma das hipóteses é que a onça tenha sido morta por ter atacado alguma criação de animais na região.

“Já tem a caça clandestina de animais como a onça pintada; tem gente que tem medo do animal por não conhecer e acaba matando, mas o principal motivo de caçar é por ataque à criação doméstica, por ela matar animais de porte maior, como cachorros, gado, porco”, disse.

Segundo Fusco, uma das possibilidade para este tipo de ataque às criações é a diminuição das presas naturais da espécie, o que leva esses animais a adentrarem em áreas com ocupação humana.

“A gente vai agora passar para a etapa de entender essa situação e fazer esse mapeamento de conflito que existe na região. Queremos conversar com as pessoas e tentar entender esse conflito para discutir maneiras de reduzir esses ataques, por exemplo. Uma das possibilidades é alterar o manejo da criação para evitar o ataque e isso pode ser feito de diversas formas, como o uso de cercas elétricas para espantar as onças”, ponderou.

Segundo Fusco, outros animais, como a anta, também acabam sendo mortos por invadir as propriedades rurais.

“A anta também tem conflito com moradores locais. Às vezes ela entra na propriedade para comer o cultivo de frutos e acaba gerando conflito também”, disse.

Fusco ressalta que o bom manejo e conservação de áreas naturais atrai oportunidades de benefício socioeconômico para a região. Entre as possibilidades está o desenvolvimento regional baseado no turismo em áreas naturais e em negócios de impacto positivo ao meio ambiente, com a participação da população local.

“A gente quer promover esse grande remanescente de Mata Atlântica para as pessoas conhecerem. Uma das possibilidades poderia ser o turismo de observação de animais. Existem já algumas iniciativas desse tipo com primatas e a própria anta. A gente quer envolver as comunidades locais no processo, seria uma forma de geração de renda fantástica e atrairia as pessoas. Além de gerar emprego e renda, valoriza a vocação local e mantém a floresta em pé”, disse o pesquisador.

Programa
O programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar surgiu da necessidade de uma agenda integrada para monitoramento e conservação de grandes mamíferos. Isso porque o resultado de 15 anos de pesquisa na região indicou que tais espécies estão mais presentes em locais mais elevados e remotos, deixando muitas áreas de floresta demograficamente vazias de grandes mamíferos, inclusive em unidades de conservação.

A iniciativa atua em quatro frentes de ação:

  • monitoramento, com coleta de dados de maneira científica e sistemática;
  • planejamento de conservação, para apoiar os tomadores de decisão nas ações de proteção e manejo;
  • sensibilização, para gerar mais conhecimento e valorização da fauna da Mata Atlântica por toda a sociedade e, por fim;
  • rede de monitoramento.

O programa é realizado pelo Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) e Instituto Manacá, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, WWF-Brasil e do banco ABN AMRO, e com a parceria da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Fundação Florestal, do Legado das Águas – Reserva Votorantim, da Fazenda Elguero, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (PPG ECO – UFPR) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Da Agência Brasil

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Homem é preso após tentar matar companheira e ameaçar atear fogo nela e nos filhos

Caso ocorreu na noite deste domingo (21), em Cascavel

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Um homem, de 27 anos, foi preso na noite deste domingo (21), no bairro Cataratas, em Cascavel, após tentar matar a esposa e ameaçar atear fogo nela e nos filhos.

Conforme foi apurado, o acusado teria agredido violentamente a companheira, com reais intenções de assassiná-la. Uma amiga da vítima e populares conseguiram conter o autor antes que ele concluísse o crime. 

Os vizinhos partiram para cima do homem na tentativa de salvar a vida da mulher e acionaram a Guarda Municipal.

De acordo com a inspetora da Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal, que atendeu a ocorrência, as equipes receberam a denúncia através do 153 e prontamente chegaram ao local. A vítima, uma mulher de 26 anos de idade, estava totalmente machucada, com ferimentos nos braços e nas pernas. Ela não conseguia nem andar e estava toda ensanguentada.

Aos agentes, a vítima relatou que seu esposo a estrangulou, bateu sua cabeça contra a parede e teria tentado atear fogo para matá-la juntamente com as crianças. “…Felizmente, os filhos conseguiram fugir da casa e ir para a rua pedir ajuda”.

“Se não fossem os vizinhos, retirarem essa mulher da mão desse agressor, nessa hora ela estaria morta”, ressaltou a inspetora.

Ainda conforme a vítima, uma amiga também partiu para cima do agressor, em posse de uma faca, para protegê-la. Por fim, a mulher relatou também que o homem força relações sexuais, desferindo ameaças contra ela e os filhos.

A Guarda Municipal efetuou a prisão do acusado, e o conduziu à 10ª Regional de Flagrantes.

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Estado cria Código de Defesa dos Direitos da Mulher Paranaense

Texto consolida 99 leis e normativas estaduais relacionadas à população feminina; lei foi assinada na última semana, pelo governador em exercício Darci Piana

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Foto: Ari Dias

As mulheres que residem no Paraná contam a partir de agora com um novo dispositivo que unifica a rede legal de proteção voltada a elas no âmbito estadual: o Código de Defesa dos Direitos da Mulher Paranaense. O documento foi criado pela Lei nº 21.926, de autoria do Legislativo, e sancionada pelo governador em exercício Darci Piana, que fez o anúncio nesta terça-feira (16).

O novo código consolida 99 leis e normativas estaduais instituídas no Paraná entre 1990 e 2023 e que tratam sobre diversos temas ligados à vida das mulheres em todos os âmbitos. O projeto foi elaborado a partir de uma articulação da bancada feminina da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), além do apoio de outros deputados estaduais. 

O trabalho contou com a contribuição da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) e tem como objetivo facilitar o acesso da população feminina aos seus direitos, organizando as leis em temas como segurança, saúde, proteção, empreendedorismo e moradia.

“São várias leis existentes e que agora estão condensadas em um local só, em um código que fica fácil para todos compreenderem”, declarou Piana. “Com isso, avançamos em uma legislação moderna que acompanha a evolução do papel da mulher na sociedade, aprimorando aquilo que o Estado tem feito para a defesa das mulheres no âmbito da segurança pública, na educação e na geração de renda”.

A partir de agora, o Código de Defesa dos Direitos da Mulher Paranaense também deverá servir como base para elaboração de novas normas e fonte de consulta para parlamentares nos casos de futuras atualizações legislativas. O texto prevê que futuras diretrizes aprovadas sobre o tema sejam incluídas diretamente no Código, de forma a uniformizar a legislação protetiva das mulheres.

Segundo a secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, a iniciativa das deputadas estaduais em consolidar as leis relacionadas à mulher em um único instrumento favorece a formulação de políticas pelos gestores. “Ninguém defende aquilo que não conhece, portanto esse Código facilita a pesquisa e o conhecimento dos gestores municipais e da população feminina sobre os seus direitos”, comentou.

“É um instrumento para todas as mulheres paranaenses, em especial aquelas em situação de violência, mas que também fomenta o protagonismo como trabalhadoras e empreendedoras”, acrescentou Leandre.

DIVULGAÇÃO
Vencida a etapa de aprovação sanção da lei, a Semipi trabalhará, a partir de agora, na ampla divulgação do Código. Uma das primeiras ações será a redação de uma edição comentada do documento para facilitar a compreensão da legislação, que posteriormente será distribuída por meios digitais e físicos.

Leandre informou que a Semipi tratará do tema nos municípios a partir da retomada da Caravana Paraná Unido Pelas Mulheres, que inicia no dia 26 de abril em Goioerê. Serão cinco eventos no primeiro semestre deste ano. O Código de Defesa dos Direitos da Mulher Paranaense também será debatido em encontros promovidos pelo Tribunal Regional Eleitoral, o Conselho Estadual da Mulher, o Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e nas audiências públicas da Assembleia Legislativa do Paraná.

A líder da bancada feminina na Alep e uma das coautoras do projeto, deputada estadual Mabel Canto, ressaltou que o Paraná é o quarto estado do Brasil a possuir um código deste tipo, o que, segundo ela, é um reflexo também do aumento da representatividade feminina no Legislativo. Atualmente, o Paraná conta com dez deputadas estaduais, a maior bancada feminina da história.

“Esse código é uma ferramenta inovadora na luta por igualdade e qualidade de vida para as mulheres no combate aos preconceitos e ao machismo. São dezenas de leis que agora estão muito mais acessíveis às paranaenses, auxiliando também os gestores públicos municipais a avançarem neste quesito”, afirmou.

CONSELHO ESTADUAL
O novo código destaca em seu texto o funcionamento do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Paraná (CEDM/PR), vigente desde 2013. A estrutura é vinculada à Semipi e busca, por meio da participação popular, propor diretrizes de ação governamental e atuar no controle de políticas públicas de igualdade entre os gêneros, assim como exercer a orientação normativa e consultiva sobre os direitos das mulheres.

Na última quarta-feira (10), o Conselho Estadual promoveu um encontro com a participação de representantes de 121 municípios em Londrina. Um dos principais destaques do evento foi o aumento de 114% no número de Conselhos Municipais dedicados ao tema, resultado influenciado principalmente pelas caravanas organizadas pela Semipi.

O texto da nova lei também aborda ainda os aspectos ligados ao Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDIM/PR), criado oficialmente em março de 2023 após a sanção pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. Vinculado diretamente à Semipi, ele garante os recursos necessários para o planejamento, implantação e execução de planos, programas e projetos voltados à promoção e defesa dos direitos das mulheres.

Em seu primeiro ano, a iniciativa resultou no repasse de R$ 6 milhões a 75 municípios paranaenses para o aprimoramento de espaços e ações destinados ao atendimento das mulheres. Para 2024, o orçamento foi reforçado, com a previsão de aplicação de R$ 20 milhões até o fim do segundo semestre.

Da AEN

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Copel esclarece mudança de visual em contas de luz

Transição ocorre gradualmente em todo o Paraná

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A Copel esclareceu nesta segunda-feira (15) que a conta de luz dos consumidores está passando por alteração de visual, o que tem provocado a circulação de informações equivocadas em redes sociais. Para proteger a identidade do cliente, o “número do cliente” foi retirado da conta, e no campo CPF só aparecem os quatro últimos dígitos.

Esta transição ocorre gradualmente em todo o Paraná. Por isso, ambas as versões continuam valendo e são verdadeiras.

Ainda que as informações que circularam nos últimos dias não tratem de reais tentativas de golpe, a Copel orienta sobre como garantir a segurança no pagamento da conta de luz, em três passos:

– Acompanhe seu histórico de consumo, aqui pelo site ou aplicativo. Nestes canais, é possível conferir se o valor é o correto. Também é possível emitir uma segunda via para pagamento diretamente no sistema da empresa;

– No momento do pagamento, confira se ele está endereçado corretamente para a Copel Distribuição. No pagamento por PIX, aparecem ainda o CNPJ da empresa e o banco de recebimento;

– O recebimento da conta por e-mail ou WhatsApp mais a programação de débito automático em conta são boas opções para reforçar a segurança.

Conheça o novo visual da fatura:Abaixo, o visual que está sendo gradualmente retirado de circulação:Da Copel

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