G1 Paraná
Traficantes do litoral do Paraná foram flagrados negociando drogas, armas e até a morte de rivais em áudios divulgados nesta terça-feira (4) pela Polícia Civil.
A partir das gravações, sete pessoas foram presas em uma operação deflagrada ainda nesta terça-feira nos municípios de Matinhos e de Pontal do Paraná.
“Eu peguei 50 metralhadoras. Ainda não veio tudo, na verdade, mas a maioria eu já vendi. A cada dez eu ganho uma, tá ligado? Eu já vendi umas 30 (…). Tá pra chegar mais uma remessa. Hora que chegar, eu mando uma pra você, para descontar desse nosso passadinho aí”, diz um traficante em um dos áudios.
Em outra gravação, um outro criminoso define como rivais deveriam morrer.
“Esse irmão aí, dá pra sumir. Ninguém nem vai saber que morreu. Vai sumir, o Soneca. O Pit é do que jeito que der pra ser. Se conseguir arrastar e levar, é melhor. Se não conseguir, deixar ‘esgualepado’ no meio da rua, também. A certeza que nós tem (sic) é que eles vão vir pra cima, eles já estão se organizando. Então vamos já meter marcha na estrutura deles”, determina o traficante.
Em outros áudios, os suspeitos também falam sobre a compra e venda de “verdinhas” (maconha) e cocaína.
Além das prisões, 26 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Foram apreendidos porções de maconha, diversos celulares, um Honda Civic e diversas munições de diferentes calibres de uso restrito.
O delegado Rodrigo Brown, responsável pela operação, afirma que, a partir da prisão de “vapores” (pequenos traficantes, responsáveis pelas vendas no varejo), conseguiram identificar os líderes das quadrilhas.
“Nós infelizmente acompanhamos, desde o final do ano passado, um aumento no número de homicídios na região do litoral e uma presença maior de traficantes dominando a área. Conseguimos obter provas, indícios, informações, que levaram a identificar três quadrilhas distintas”, comentou o delegado.
Segundo o delegado, a operação também é uma resposta à morte de um investigador da Polícia Civil, no fim de semana, em Matinhos. Segundo a polícia, Jorge Fernando de Brito foi morto a tiros, a mando de traficantes. Nenhum dos presos nesta terça é suspeito do crime.
“Infelizmente tivemos esse fato trágico aí nesse final de semana – uma morte estúpida, uma morte desnecessária de um policial civil da divisão de homicídios, provocada por um desentendimento com um traficante da região. Então se fez necessário que nós antecipássemos a operação para mostrar a força da polícia, a força do estado, e mostrar que os traficantes não podem fazer o que bem entenderem”, afirmou Brown.
NOTÍCIA RELACIONADA
Polícia Civil faz balanço de operação contra o tráfico de drogas no Litoral