Neste final de semana, o Porto de Paranaguá fez o primeiro embarque do país de fubá ensacado. Foram transportadas seis mil toneladas da farinha de milho, que irão alimentar a população do Congo, na África.
O embarque, na modalidade breakbulk (em que a mercadoria é transportada solta no porão de navio) permite melhores custos do que o transporte marítimo via contêineres, prática comum para produtos em menor volume.
Ao todo, foram embarcadas 240 mil sacas do produto, que é paranaense, com origem na região de Maringá.
“Toda a cadeia logística ganha com um novo produto entre as exportações. Já mostramos que temos conhecimento, capacidade e estrutura para atender, com qualidade e eficiência, o segmento de Carga Geral que é o que mais vem crescendo em movimentação”, diz o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
O Porto de Paranaguá já exporta o fubá, ou farinha de milho, há alguns anos, mas em contêineres.
“Nossa expectativa com esse embarque em breakbulk é muito boa. Um novo produto abre uma nova frente que independe de safra, pois a farinha usa milho estocado. É um produto regular, com exportação o ano todo”, afirma Patrick Ferreira Tavares, diretor comercial do grupo Marcon, empresa responsável pelo carregamento.
“A gente ganha uma nova frente de trabalho. Isso é bom para toda a comunidade portuária”, completa Tavares
Segundo ele, a operação usa sacas de 25 quilos, como a realizada para o embarque do açúcar. A tendência, afirma o diretor do Marcon, é de que a nova modalidade de exportação do fubá, assim como de outros produtos, se estabeleça.
Entre as mercadorias que podem seguir essa mesma linha, estão o feijão, milho de pipoca, gergelim e derivados.
“Acreditamos que existe grande possibilidade de seguirem esse o mesmo caminho, pela quantidade já exportada em contêiner”, diz Tavares.
Em 2019, foram exportados 1.280 TEUs (unidade padrão de um contêiner de 20 pés) de fubá; 2.263 TEUs de feijão; 1.450 TEUs de pipoca; e 130 TEUs de gergelim.
Alguns cuidados são cumpridos no armazenamento e transporte da carga do fubá, por tratar-se de um gênero destinado à alimentação humana.
“Temos várias controladoras acompanhando esta operação que considera, em primeiro lugar, a qualidade e a limpeza que garantimos, tanto nos armazéns fora do porto, quanto nos caminhões, nos shiploaders (carregadores) e no porão do navio”, garante Tavares.
O diretor comercial da empresa acentua que o embarque foi discutido com a Diretoria de Operações da Portos do Paraná por mais de um mês.
“O porto deu todas as condições para que essa operação fosse realizada. O Porto de Paranaguá é um dos poucos do país a ter capacidade para fazer essa operação”, afirma.
De acordo com Tavares, o motivo é que no terminal paranaense os armazéns de retro área são especializados em gêneros alimentícios, com capacidade estática superior a 100 mil toneladas.
“Isso nos possibilita manter a produtividade no carregamento do navio. Além disso, o Porto de Paranaguá dá segurança aos operadores. Hoje temos a melhor estrutura do país para carga geral”, afirma.