Agora Litoral
Sete pessoas foram presas preventivamente durante a Operação Praia Limpa, deflagrada pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) na manhã desta terça-feira (4), suspeitas de ligação com o comando do narcotráfico no Litoral do Paraná. Duas pessoas ainda seguem foragidas e, durante a ação, foram apreendidos diversos celulares, porções de maconha, munições de diferentes calibres de uso restrito e um veículo Honda Civic com droga em seu interior.
A operação, antecipada em razão do assassinato do investigador Jorge Brito, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), aconteceu em Matinhos, Pontal do Paraná e alguns balneários da região.
“Nós infelizmente acompanhamos desde o final do ano passado um aumento no número de homicídios na região do litoral, e uma presença maior de traficantes dominando a área. Diante disso, iniciamos algumas operações lá, sendo as duas primeiras de buscas e apreensões, onde prendemos pessoas de menor porte no narcotráfico da região. Com isso conseguimos obter provas, indícios e informações que nos levaram a identificar três quadrilhas distintas”, explicou o delegado Rodrigo Brown, do Cope.
As provas apreendidas durante as duas operações deflagradas pela Polícia Civil foram apresentadas ao juiz da Vara Criminal de Matinhos, que decretou as prisões preventivas.
“São pessoas ligadas ao comando do narcotráfico da região, e na verdade essa operação seria realizada um pouco mais para a frente, com mais planejamento, mas infelizmente tivemos o fato trágico neste fim de semana, a morte estúpida e desnecessária de um policial civil da DHPP”, afirmou o delegado.
Sete mandados de prisão preventiva foram expedidos, sendo que cinco foram cumpridos durante a operação desta manhã e duas pessoas, de 34 e 42 anos, seguem foragidas. As outras duas prisões aconteceram durante a ação, sendo uma em flagrante e outra de um homem foragido do sistema penitenciário.
MORTE DO POLICIAL
De acordo com o delegado Brown, a morte do policial civil Jorge Fernando Brito, de 30 anos, provocada por um desentendimento do investigador com um traficante da região, foi determinante para a antecipação da operação, que mostrou a força da polícia. “Um traficante não pode fazer o que bem entender. Se atenta contra a vida de um policial, sabendo que ele é policial, o que ele não faria com pessoas normais, com trabalhadores e moradores da região?”, indagou.
A decisão de adiantar a ação, porém, teria prejudicado a atuação policial, conforme o delegado. “Isso até prejudicou um pouco, pois a grande movimentação policial fez com que em outros endereços que buscamos não houvessem drogas e armas, os bandidos já suspeitavam que aconteceria uma ação em decorrência da morte, então acabou atrapalhando um pouco nas apreensões”.
Além disso, a operação também foi considerada pelo delegado um preparo para a Operação Verão, que está se aproximando. “É necessário que a polícia já faça ações preventivas uma vez que ficaria difícil posteriormente correr atrás desses traficantes com grande número de pessoas e aumento de ocorrências. Desde já a polícia vem mapeando as quadrilhas do litoral para que possamos garantir um verão mais seguro para a população e veranistas”, completou.
Os presos devem responder por tráfico de drogas, associação ao tráfico e, em alguns casos, por posse ilegal de munição de uso restrito. Equipes do Cope seguem em busca de dois foragidos.
PRESOS NA OPERAÇÃO PRAIA LIMPA