Uma operação da Polícia Federal e Receita Federal de combate à lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína foi deflagrada nesta segunda-feira (23) no Brasil e exterior. Estão sendo cumpridos 149 mandados de busca e 66 mandados de prisão nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco.
A Operação Enterprise é considerada a maior do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros, cujo alvo é uma organização criminosa especializada no envio de cocaína para a Europa.
As investigações iniciaram a partir de uma apreensão realizada em setembro de 2017 por servidores da Receita Federal, que impediram o embarque de 776 quilos de cocaína que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá (PR), com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica.
Com as informações levantadas pela Receita Federal, a Polícia Federal instaurou um inquérito policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações que descortinaram uma vasta organização criminosa, que atuava na exportação de entorpecentes a partir de portos brasileiros para variados destinos no exterior, com predominância para a Europa.
Durante o período investigativo, foram apreendidas perto de 50 toneladas de cocaína ligadas à quadrilha, no Brasil e no exterior. A maior parte das apreensões ocorreu em área portuária, mas houve quantidade significativa de ações em depósitos, estradas, aeronaves e até em embarcações de menor porte, em alto mar.
APREENSÕES
Na megaoperação de hoje foram apreendidos imóveis, aeronaves e veículos de luxo. Há expectativa de que novos bens sejam identificados após o cumprimento de todos os mandados de busca e apreensão.
Além da prisão de bens que podem chegar a R$ 400 milhões, a Operação Enterprise também é a maior da história em apreensão de cocaína. Durante a investigação foram anteriormente apreendidas 50 toneladas da droga nos portos do Brasil, da Europa e da África.
O esquema utilizado pelos criminosos consistia na lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior com uso de várias pessoas (“laranjas”) e empresas fictícias, a fim de dar aparência lícita ao lucro do tráfico.
PARANÁ
No Paraná, a operação acontece nos municípios de Curitiba e São José dos Pinhais, além de Paranaguá, Guaratuba e Matinhos, no Litoral.
ENTERPRISE
O nome da operação, segundo a PF, faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que trouxe alto grau de complexidade à investigação policial.