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Menino que amputou perna após injeção na UPA ainda vive drama

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Complicações de Victor Voi iniciaram após ele receber injeção de Benzetacil na UPA de Paranaguá

Paranaguá, PR
Agora Litoral

Segue em recuperação o menino Victor Voi, de dez anos, que teve a perna amputada no Hospital do Trabalhador em Curitiba após ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Paranaguá (UPA). O fato, ocorrido na primeira quinzena de março deste ano, comoveu a cidade e ganhou proporções gigantescas após o relato do ocorrido.

De acordo com Renata Voi, mãe do menor, além da perda da quase totalidade da perna direita (ele amputou quase um palmo acima do joelho), a família procura agora um tratamento psicológico para ajudar Victor a superar o drama. “Não é fácil pra ninguém, imagina pra ele que sonhava ser jogador de futebol”, desabafou ela ao Agora Litoral.

Renata Voi disse que a família tem feito tudo que pode para confortar o filho, mas que ele diariamente reclama da situação. “As próprias notícias sobre o que nós vivemos levou ele a me perguntar ‘se toda a cidade agora sabia que ele não tinha uma perna’, e isso é muito doloroso. Estamos sobrevivendo”, afirmou.

Ainda de acordo com a mãe de Victor, de segunda a sexta-feira o menino é levado a um postinho de saúde para trocar os curativos, mas no sábado e domingo ela fica responsável por esse cuidado. Renata disse que o corte não infeccionou, o que já é um alívio, e que futuramente – após a cicatrização total – eles vão tratar de conseguir uma prótese para o garoto.

INJEÇÃO  

Apesar do corte na perna não estar infeccionado, a mãe de Victor relatou que a nádega onde a injeção de Benzetacil foi aplicada também preocupa a família, já que para evitar mais complicações os médicos retiraram boa parte do tecido necrosado e não há como fazer um enxerto. “É um somatório de problemas que estamos vivendo, mas temos que ser fortes para não desencorajar o Victor”, disse.

Perguntada sobre a rotina de Victor, Renata Voi informou que atualmente ele vive sentado ou deitado e que não frequenta mais a escola. O menino já tentou se apoiar em muletas para caminhar, mas apenas por curto espaço de tempo. “Essa nova realidade de vida ainda é muito recente pra ele”, observou a mãe.

Renata Voi, mãe de Victor: drama em família

EXPLICAÇÃO

O Agora Litoral foi o único veículo de comunicação a levantar a hipótese de que Victor tenha sido afetado pela “Síndrome de Nicolau”, uma reação rara que pode ocorrer após uma pessoa receber uma injeção de penicilina. Essa reação causa necrose dos tecidos, induzida pela aplicação intramuscular de certos medicamentos, incluindo as penicilinas.

Até hoje, apesar da Prefeitura de Paranaguá ter informado, à época, que abriria um Procedimento Administrativo para apurar a fundo o caso, não se sabe a quantas anda a investigação.

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