Paranaguá, PR
Agora Litoral
A inquietação de esperar horas para serem atendidos, levou alguns pacientes a promoverem uma revolta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paranaguá nesta quinta-feira (1º). Segundo relato de testemunhas, algumas pessoas já estavam no local há mais de quatro horas sem que fossem avaliadas e medicadas.
Uma delas, que chamaremos de “D” para que não sofra represálias, estava com o filho esperando atendimento por mais de duas horas, mas teria se compadecido por outro menor, que chorava o tempo todo com dor de ouvido, e que estaria no local por quase cinco horas. Ao reclamar para que a criança fosse atendida, teria sido tratada de forma grosseira por uma atendente.
Foi o que bastou para o tumulto começar. “D” fez um “barraco”, chegou a ligar para a Polícia Militar, mas teria sido informada que, primeiro, teria que registrar um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. A confusão foi tamanha que até a Guarda Civil Municipal foi chamada para acalmar os ânimos.
Inconformada pela demora no atendimento, “D” utilizou as redes sociais para desabafar. Publicou dois áudios relatando o ocorrido. O Agora Litoral entrou em contato com ela e confirmou a veracidade das gravações.
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NOTA OFICIAL
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção (Semsap) prestou esclarecimentos sobre a manifestação de populares em relação ao atendimento da UPA na tarde desta quinta-feira.
Disse que os quatro médicos plantonistas escalados estavam presentes e atendendo e que a lentidão ocorreu em virtude do grande número de emergências trazidas pela equipe do Samu nesta quinta-feira. “Neste caso estes pacientes devem ter atendimento imediato, por correrem risco de morte”, observou a nota de esclarecimento.
“A garantia é que todos que estão no UPA serão atendidos, indistintamente. Entretanto, os casos mais urgentes têm prioridade máxima. Há registro de que há pessoas que foram levar crianças com assadura no pronto atendimento para consulta médica, ou ainda troca de receitas e até atestado médico. São situações em que não se configura emergência e elas deveriam procurar uma unidade básica perto de casa”, continuou o esclarecimento.
A Semsap também lamentou que tenha ocorrido tumulto e lembrou que invasão de repartição pública é crime e para tanto pode haver responsabilização de quem praticar este ato. Ainda segundo a nota oficial, filmagens das câmeras de segurança do local serão utilizadas para solicitar o indiciamento dessas pessoas. “Houve a invasão do espaço, colocando em risco a vida de pacientes em estado crítico que estavam tendo atendimento na sala de emergência.”
O secretário municipal de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique de Oliveira, igualmente avisou que não será ‘complacente com nenhuma conduta criminosa’. “Temos grande número de casos de emergência vindos de ambulâncias pelo Samu hoje (quinta), que tem prioridade no atendimento em virtude do grau de risco. Precisamos da compreensão e a colaboração da população, pelo que estamos trabalhando para recuperar longos anos de descaso com a saúde pública em nossa cidade”, salientou o secretário.
Por último, o secretário de Saúde de Paranaguá lembrou que os cidadãos que não estiverem satisfeitos com o atendimento em qualquer serviço de saúde de Paranaguá podem procurar a Ouvidoria da Semsap para registrar sua reclamação, para que providências possam ser tomadas formalmente. O atendimento da Ouvidoria é feito na sede da secretaria, na avenida Gabriel de Lara, próximo ao posto Paranaguá. Ou ainda pelo telefone 3420-2831.