Ad imageAd image

Homem que incendiou namorada não demonstra arrependimento, diz delegada

4 leitura mínima

José dos Santos Capato, de 65 anos, que na madrugada do dia 31 de dezembro incendiou o corpo da namorada, Francisca dos Santos, de 66 anos, em Matinhos, no Litoral do Paraná, declarou à Polícia Civil que foi motivado por ciúmes.

“Ele achava que ela tivesse um caso com alguém de Paranaguá”, declarou a delegada Sandra Nepomuceno, que preside o inquérito. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2), a policial forneceu maiores detalhes do brutal feminicídio.

Conforme apurado pela Polícia Civil, na madrugada do dia 31 de dezembro, Francisca foi até a casa de José, no Balneário Praia Grande, e lá tiveram um desentendimento.

José, que tinha combustível em casa para abastecer a máquina que trabalhava cortando grama, jogou gasolina na namorada quando ela estava sentada no sofá e ateou fogo.

Francisca ficou com mais de 90% do corpo queimado e foi encaminhada às pressas para o Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, mas não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Civil divulgou um vídeo do local do crime.

PRISÃO – A Polícia Militar fez o atendimento no local do crime para localizar José, mas ele não foi encontrado. No entanto, na quarta-feira (01/01), ele foi preso na casa de um sobrinho, no balneário Saint Etienne.
“Ele não ofereceu resistência, mas tentou se eximir em um primeiro momento. Então, quando ele foi localizado, até quem estava dando abrigo a ele entendeu o caráter ilícito da atitude dele e acabou nos franqueando o acesso para conseguirmos prendê-lo”, contou o major Luciano Romão, Subcomandante do 9º Batalhão da Polícia Militar.
“É muito importante destacar a integração entre as instituições que está ocorrendo aqui no litoral, entre a Polícia Civil, Polícia Militar e Judiciário. Esse caso ocorreu no dia 31 e, ontem, dia 1º à tarde, nós tínhamos o autor preso. As equipes da Polícia Militar localizaram ele, tínhamos o inquérito já instaurado pela Polícia Civil e a prisão preventiva decretada pelo Judiciário; então foi bastante rápido e eficaz”, disse o Coordenador do Verão Maior pela Polícia Civil no litoral, delegado Gil Tesserolli.

MAIS DETALHES – “Ele confessou o crime com a maior tranquilidade”, salientou a delegada Sandra Nepomuceno, responsável pelas investigações.

A delegada afirmou também que já foram ouvidas três testemunhas e ainda faltam quatro. “Esse casal estava junto há pouco tempo, quatro ou cinco meses. Os familiares, em depoimento, relatam realmente que havia muita discussão entre eles, mas ainda não havia nenhuma situação formalizada na delegacia”.

A participação dos filhos de José no crime, que foi cogitada por populares logo após o feminicídio, foi descartada, segundo os depoimentos ouvidos pela Polícia Civil.

Delegada Sandra Nepomuceno

O CRIME – A delegada Sandra Nepomuceno também deu detalhes de como o crime teria sido praticado. “A situação foi bastante cruel. Ele [José] é bastante frio, não mostra arrependimento e, segundo o que declarou, ouviu falar que ela [Francisca] teria um possível amante na cidade de Paranaguá. Ele tem combustível em casa, pois faz serviços autônomos de cortar grama e usava combustível para abastecer esse maquinário. Ela estava sentada no sofá, ele chegou, já pegou o combustível que tinha em casa, imediatamente jogou o combustível nela, e ateou fogo”, descreveu.

Segundo a delegada Sandra Nepomuceno, José – que já tinha passagem pela polícia por violência doméstica – não demonstrou arrependimento.

HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA
Há pouco tempo, José dos Santos Capato chegou a ficar preso oito dias em Curitiba por agredir a ex-mulher, hoje falecida por causas naturais.

MARCADO:
Compartilhe este artigo