
Banda B
A Delegacia de Matinhos, no litoral do Paraná, investiga um caso de agressão que ocorreu na sexta-feira (20), contra uma família de Curitiba, que passava férias na praia. A professora Cristiana D Gohr, a filha Bruna, de 16 anos, e a avó da jovem, contam que foram agredidas por quatro mulheres quando passeavam no centro da cidade, no fim da tarde.
A discussão teria começado por causa do cão da família, da raça Lhasa Apso, que teria ameaçado avançar em uma das mulheres na calçada. As três relatam que foram espancadas, junto com o cão, e foram parar no hospital. Um vídeo mostra o momento da briga com os gritos da família. (VEJA ABAIXO).
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais depois que a adolescente Bruna Gohr postou imagens da confusão com fotos dos sinais da agressão.
A jovem falou com a Banda B nesta quarta-feira e autorizou a divulgação das imagens. Ela conta como tudo começou. “Eu, minha mãe e minha avó caminhávamos pela calçada, no centro de Matinhos, quando uma moça, aparentando ter entre 25 e 30 anos, se aproximou e passou a mão na nossa cachorrinha. Ela estava na coleira e latiu muito porque não gosta de estranhos. Minha mãe pediu desculpas e continuamos caminhando. Daí apareceu uma mulher mais velha, parente dessa moça, e começou a xingar a gente, falando que nosso cachorro tinha que usar focinheira. Minha mãe falou que não precisava, que ela era boazinha e a mulher ficou provocando. Disse: vamos ver se ela morde então. Daí minha mãe falou que muitos seres humanos precisam de focinheira, mas nossa cachorra não. A mulher começou a bater na minha mãe e vieram as outras três e começaram a bater em mim, na minha avó, na nossa cachorra, com chutes, pontapés. Foi um desespero”, disse Bruna.
Segundo o relato da jovem, que gravou a entrevista ao lado da mãe, mesmo ela implorando para pararem de bater e dizendo que a avó era cardíaca, os socos continuaram. “Elas começaram a puxar meus cabelos, me seguraram contra a parede e me bateram muito. Minha mãe e minha avó também apanharam. Tinham vários homens ali, mas ficaram só assistindo a tudo. Só depois de apanhar muito, com sangue na cara e quase inconsciente é que me tiraram de lá junto com a minha mãe e minha avó”, relata.
Bruna lembra que a cachorra, chamada Amora, foi recolhida por uma mulher, na confusão, que cuidou dela.
IMAGENS
A polícia chegou e ajudou mãe, filha e a avó. Elas foram para o hospital. Segundo a jovem, as agressoras foram embora quando a polícia apareceu. As três foram atendidas com várias escoriações. A avó da jovem conseguiu, na confusão, fazer alguns segundos de imagens das agressoras e a família postou fotos nas redes sociais. Em poucas horas, as quatro foram identificadas e os nomes repassados para a polícia.
Bruna conta que a partir do momento que as agressoras foram identificadas, a família começou a receber ameaças. “Nos comentários do post, começaram a aparecer ameaças, falando que era pra gente tirar as fotos. Meu pai recebeu um telefonema dizendo que se a gente não tirasse as fotos iríamos nos arrepender, mas não tiramos. Vamos até o fim”.
INVESTIGAÇÃO
A família fez exame de corpo delito no IML e o caso está sendo investigado pela Delegacia de Matinhos. Nesta quarta-feira estão programados depoimentos de Bruna, da mãe e da avó. A Banda B entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil, que informou que as envolvidas no caso foram ouvidas e foi assinado um Termo Circunstanciado.
“Essas pessoas nos espancaram, nos ameaçaram mesmo dentro da delegacia, continuam fazendo isso, não é possível que fiquem impunes. Ainda sinto muitas dores na cabeça e no corpo, minha boca está estourada, meu pé torcido. Minha avó está em choque, minha mãe também apanhou e minha cachorrinha treme o tempo todo por causa do trauma. Queremos justiça”, finalizou Bruna.
OUTRO LADO
Pelo fato do caso ainda estar sob investigação, a Banda B optou em não divulgar as imagens das mulheres acusadas de agressão. A reportagem não conseguiu o contato das suspeitas, que alegaram nas redes ter outra versão de tudo que aconteceu.
VEJA O VÍDEO DA CONFUSÃO