A empresa Vinci Partners, que comprou o terminal Porto Pontal, em Pontal do Paraná, no litoral do estado, diz que vai investir pesado no local. O valor da compra do terminal, que pertencia ao grupo JCR Administração e Participações S.A, do empresário João Carlos Ribeiro, não foi revelado.
Com a operação, a empresa afirmou que irá desenvolver o projeto que exige entre R$ 2,5 e R$ 3 bilhões de investimentos na implementação do plano completo. A Vinci Partners pretende transformar o espaço em um dos terminais de contêineres mais modernos da América do Sul.
Conforme a empresa, o fechamento da transação depende das aprovações da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Vinci informou que essa compra é o primeiro investimento realizado dentro da estratégia de transporte e logística por meio da área de infraestrutura da empresa.
No segmento portuário, a estratégia engloba investimentos em terminais e em autoridades portuárias, atualmente em processos de desestatização.
“Com capacidade anual para movimentar até 3 milhões de TEUS (contêiner de 20 pés), nosso objetivo é fazer do Porto Pontal o maior e mais eficiente terminal de contêineres do país. Desenvolveremos todo o projeto que, após finalizado, impactará positivamente toda a atividade econômica da região de Pontal do Paraná, bem como gerará benefícios sustentáveis para todo o estado”, afirma José Guilherme Souza, sócio da Vinci Partners e head da área de infraestrutura da companhia.
Faixa de Infraestrutura
Um dos pontos que há anos é debatido em relação ao Porto Pontal é o projeto de construção de uma nova rodovia paralela à PR-412, em Pontal do Paraná.
Em 2020, o governador do Paraná Ratinho Junior afirmou que essa Faixa de Infraestrutura iria ser feita com ou sem o novo porto privado.
A rodovia de 20 km, em meio à Mata Atlântica, deve custar R$ 270,4 milhões. A construção é alvo de discussão na Justiça e de críticas de ambientalistas.
Em 2019, o governador afirmou que o porto receberia investimento de R$ 2 bilhões da iniciativa privada, e o Estado faria o acesso.
À época, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para investigar um suposto esquema de corrupção na liberação de licença ambiental pelo Ibama para a instalação do porto.
Na investigação, a PF apontou suposta ingerência política do senador Fernando Collor de Melo junto ao Ibama para atender interesses do empresário João Carlos Ribeiro na instalação do porto.
João Carlos Ribeiro negou as acusações, e o senador Fernando Collor informou não ter nada a temer.