
Agora Litoral
O delegado Nilson Santos Diniz concedeu uma entrevista coletiva, na tarde deste sábado, 24, na sede da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá (SDP), para falar sobre o roubo que resultou na morte do taxista Leonardo Mamede do Rosário, de 55 anos, durante a madrugada. Na ocasião, ele relatou detalhes do crime e informou que o autor dos disparos, que resultou na morte da vítima, já esteve preso por outro crime.
Durante as diligências da polícia, Thifany de Fátima Siqueira da Silva, de 18 anos, acabou presa em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte). O suspeito de atirar no taxista, identificado como Dionizio Gonçalves dos Santos Junior, o “Juninho Thitharito”, de 19 anos, que seria namorado dela, está sendo procurado pela polícia. A suspeita é que o casal já teria praticado um roubo contra outro motorista de táxi em Paranaguá, na noite de sexta-feira, 23.
O delegado destacou que quando as equipes policiais chegaram ao local onde ocorreu a morte do taxista, já perceberam que não se tratava de um homicídio comum, pois o celular da vítima não estava no local. “Mas foi encontrado um celular que não pertencia à vítima, além de documentos de uma pessoa, que possivelmente seria um passageiro”, disse.
Diniz informou que quando foram analisadas as primeiras informações a respeito dos documentos encontrados no táxi, foi verificado que pertenciam a Thifany, a qual possuía vínculo com Dionísio “Thitharito”, que, segundo o delegado, é autor contumaz de homicídios violentos no município de Paranaguá. “Desde então, as equipes da PM e da Seção de Roubos e Furtos da 1.ª Subdivisão Policial passaram a realizar diligências para localizar Thifany, que foi encontrada em um dos três endereços que possuímos”, explicou.
THIFANY TENTOU FUGIR
O delegado ressaltou que, ao perceber a movimentação policial, Thifany ainda tentou fugir, mas não teve êxito. “Ao ser abordada, ela passou a dizer que não sabia de nada e que não tinha visto nada, mas assim que chegou à 1.ª Subdivisão Policial relatou que havia pego uma corrida no táxi da vítima, junto com Dionísio, rumo ao Jardim Esperança, e que, quando desembarcou do táxi, escutou a voz de assalto e, em seguida os disparos, e saiu correndo”, contou.
MENOR ASSUMIU CRIME
Segundo o delegado, um fato que chamou a atenção dos policiais foi que, enquanto ouvia o depoimento da moça, um adolescente se apresentou na delegacia, assumindo a responsabilização pela morte do taxista. “Só que nós já sabíamos quem seria o autor e o que trouxe maior perplexidade foi que este menor trajava as roupas que o Dionísio usava no momento do crime, inclusive o boné. Na verdade, o autor achou um adolescente para se responsabilizar pelo fato e se eximir de qualquer responsabilidade”, explicou Nilson Diniz.
O delegado explicou que, graças ao trabalho do escrivão de plantão na delegacia, junto com os investigadores que participaram da ação, foi constatado que o menor, de fato, não tinha envolvimento nenhum no crime e que, na verdade, tinha sido orientado por Thitharito a se apresentar na delegacia, para assumir a responsabilidade pelo crime.

VIDA NO CRIME
Diniz informou que Thitharito já tinha passagem por homicídio e que, atualmente, se encontrava em liberdade. “Ele já foi preso pelos investigadores da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá em virtude de outro homicídio e, até bem pouco tempo, se encontrava preso. Só que agora, em liberdade, acabou praticando outro crime. Vamos coletar todos os elementos de informação, ouvir todas as testemunhas e fazer todo este trabalho da forma mais célere possível, para prender o Thitharito de novo”, garantiu.
“Hoje é notório e de conhecimento de todo mundo que este indivíduo [Thitharito] não pode se manter junto com o cidadão de bem. Ele não pode se manter livre, pois vai continuar praticando crimes. Se ele roubou um taxista na data de ontem (sexta-feira) e, hoje, praticou um latrocínio, essa pessoa pode conviver em sociedade? Se ela já vem sendo investigada por inúmeros homicídios aqui no município de Paranaguá, esta pessoa tem que ser retirada do convívio social”, finalizou.
CRIME
O homicídio ocorreu por volta da 1 hora, na Rua das Perdizes, Jardim Esperança. No local, as equipes das polícias Civil e Militar encontraram o táxi com várias pessoas ao redor e o motorista no chão, atrás do veículo, com muita perda de sangue.
Durante as diligências, as equipes policiais encontraram uma carteira feminina com o registro de identidade de Thifany e um celular. Uma equipe do Samu também foi ao local, mas Leonardo Mamede não resistiu aos ferimentos, entrando em óbito no local.
Durante a verificação da carteira de Thifany foi encontrado um talão de conta de água em nome da mãe dela e, também, uma munição de calibre 38. Em seguida os policiais foram até a casa de Thifany, a qual, em suas declarações, relatou que se encontrava em um estabelecimento com seu namorado e, que, após uma discussão, ambos saíram do local em direção ao Hospital Regional do Litoral e pegaram o táxi de Mamede, para levá-los ao Jardim Esperança.
Ela disse que, na hora da descida, seu namorado anunciou o assalto e entrou em luta corporal com o motorista, vindo a disparar vários tiros na vítima e que ela acabou fugindo do local.
Autuada por latrocínio (roubo seguido de morte), Thifany ficou recolhida no setor de carceragem local à disposição da Justiça. Durante a investigação, foi verificado que ela e Thitharito podem estar envolvidos em outros crimes, inclusive no assalto de um taxista ocorrido no dia anterior. Como junto com a carteira da moça foi encontrado um projétil de revólver, ela ainda deverá responder por posse de munição.
O táxi da vítima foi encaminhado à 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá para ser periciado. O corpo de Leonardo Mamede do Rosário foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML) para exames complementares e liberado em seguida para ser transladado para sua cidade natal, São Francisco do Sul (SC), onde será sepultado. Ele residia na Vila do Povo, em Paranaguá.