Ad image

Boto-cinza é encontrado morto em balneário de Matinhos

Por
3 leitura mínima

Um golfinho encontrado morto no balneário Inajá em Matinhos, na segunda-feira (13), despertou a curiosidade de quem estava no local. A equipe do LEC/CEM foi acionada e, via Projeto de monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atendeu a ocorrência.

A carcaça foi recolhida e se tratava de um boto-cinza (Sotalia guianensis), com 1,84 m de comprimento total, já em avançado estágio de decomposição. O animal foi encaminhado para a UFPR onde foi realizada a necropsia. Entretanto, não foi possível definir a causa da morte devido ao processo de decomposição dos tecidos.

Foi possível verificar que era um macho e amostras biológicas foram coletadas para análises futuras, que possibilitam maior conhecimento sobre as espécies e a saúde do ecossistema costeiro e marinho.
O Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar da UFPR (LEC/CEM) monitora os animais marinhos no Paraná desde 2008 e uma das principais atividades contínua é o registro da mortalidade da fauna marinha nas praias.

Desde 2015, este esforço é realizado diariamente e mais de 11 mil indivíduos, entre mamíferos, aves e tartarugas marinhas, foram registrados no estado. Infelizmente, a maior parte dos animais chega às praias sem vida e as carcaças são encaminhadas para universidade que conduz à análise de saúde com avaliação das causas de mortalidade e potenciais impactos à fauna marinha.

Dentre os mamíferos marinhos, quinze diferentes espécies já foram encontradas nas praias nos últimos anos, com destaque exatamente ao boto-cinza (Sotalia guianensis). Esta espécie de golfinho é avistada com maior frequência na região costeira do litoral do Paraná e ocorre na costa brasileira desde a Baía Norte em Florianópolis (SC), até a região norte.

No Paraná é avistado ao longo de todo o ano nas baías, estuários e área costeira, onde se alimenta, reproduz e cuida de seus filhotes. O boto-cinza se alimenta de peixes, lula e camarão, tem um filhote por vez e os adultos podem chegar a mais de dois metros de comprimento total.
Esta espécie está ameaçada de extinção na costa brasileira.

A principal ameaça é a alteração do ambiente onde vivem pela poluição sonora, química e por dejetos de efluentes urbanos. O intenso trânsito de embarcações, o desenvolvimento urbano desordenado, a destruição das encostas, o uso de agrotóxicos e outros compostos químicos na indústria, e mesmo atividades pesqueiras ilegais, são impactos importantes à vida destes animais.

Caso você aviste uma tartaruga, golfinho ou ave marinha morta ou debilitada entre em contato através do telefone: 0800 642 3341.

Do LEC
MARCADO:
Compartilhe este artigo
Sair da versão mobile