
A mulher acusada de agredir mãe, filha e avó na praia de Matinhos, no litoral do Paraná, no último dia 20, após uma discussão por causa de um cachorro, procurou a Banda B nesta segunda-feira (30), dando outra versão sobre o que teria ocorrido. Marili do Rocio Ferreira da Maia, de 56 anos, moradora de Rio Negro (SC), admite que houve uma briga com a família Gohr, mas garante que ela e a filha de 20 anos é que foram agredidas e que são vítimas e não agressoras.
Bruna Gohr, de 16 anos, contou junto com a mãe, a professora Cristiana Gohr, que elas e a avó foram agredidas por quatro mulheres quando passeavam no centro da cidade. A discussão teria começado por causa do cão da família, da raça Lhasa Apso, que teria ameaçado avançar em uma das mulheres na calçada. As três, que moram em Curitiba, relataram que foram espancadas, junto com o cão, e foram parar no hospital. Um vídeo mostra o momento da briga com muitos gritos.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Matinhos, mas como na ocasião da primeira reportagem, não havia a identificação oficial das supostas agressoras e nem o contato delas, a Banda B optou em não revelar os nomes e se colocou à disposição para apresentar o outro lado. Agora, a mulher acusada de ser uma das agressoras deu sua versão que, no início, bate com o que foi contado pela família Gohr.
“Eu estava passeando pelo centro de Matinhos com meus netos pequenos e minha filha de 20 anos. Quando ela viu o cachorrinho, deu sinal com a mão e ele latiu. Até aí tudo bem. Depois, essa mulher soltou o cachorro da coleira pra ele ficar mais solto e o cão avançou novamente na gente. Eu falei que tinha uma lei em Matinhos que todo cão precisa usar focinheira. Ela respondeu que tem certas pessoas que precisam usar focinheira. Perguntei se ela achava que eu preciso e ela disse que se serviu pra mim… e eu falei então coloque a focinheira em mim. Estávamos um meio metro de distância e ela me empurrou. Nisso, minha filha viu e disse que estavam batendo na mãe dela”, contou Marili.
Neste momento, as versões divergem. As três integrantes da família Gohr alegam que Marili, a filha e outras duas mulheres partiram pra cima delas e as espancaram sem haver nenhum outro motivo. Já na versão de Marili, ela e a filha se afastaram depois do bate-boca, mas foi então que ela viu que o rosto da filha estava cheio de sangue. Ela admite que, neste momento, atravessou a rua e perdeu a cabeça.
“Aí eu perdi a cabeça. Atravessei a rua e falei que elas tiraram sangue da minha filha por causa de um cachorro. Aí veio a menina e a avó e avançaram em mim. A menina tirou um pedaço do meu rosto com as unhas. Estou cheia de marcas. Arrancaram meus colares com medalhas de meus netos. Elas me prensaram na parede e eu tentei segurar os cabelos dela pra mantê-la longe de mim. Tinha uns cinco homens tentando separar, mas a outra mulher veio e me mordeu por baixo. Fiquei prensada e só consegui sair com a ajuda de um rapaz. Nós somos vítimas”, diz Marili.
A jovem Bruna disse que ocorreu exatamente o contrário. “Elas começaram a puxar meus cabelos, me seguraram contra a parede e me bateram muito. Minha mãe e minha avó também apanharam. Tinham vários homens ali, mas ficaram só assistindo a tudo. Só depois de apanhar muito, com sangue na cara e quase inconsciente é que me tiraram de lá junto com a minha mãe e minha avó”, relatou Bruna à Banda B e também no depoimento à polícia.
TODOS NA DELEGACIA
Marili Maia também foi ouvida na delegacia e disse que entregou fotos e apresentou testemunhas que comprovariam sua versão, de que ela e a filha foram agredidas. As duas também teriam feito exame de corpo delito no IML para comprovar a agressão. “Elas estão mentindo. Não tinha quatro mulheres batendo nelas, como falaram. Só estávamos eu e minha filha, além de meus netos pequenos. Nos chamaram até de ladras e colocaram nossas fotos nas redes sociais como agressoras”, contou Marili.
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais depois que Bruna postou imagens da confusão com fotos dos sinais da agressão tanto nela quanto na cadela Amora.

Marili Maia, acusada de ser uma das agressoras, é moradora da cidade de Rio Negro, em Santa Catarina, e passava férias com a família no litoral paranaense. Ela contou ainda que passou mal e procurou o Hospital de Matinhos na noite do ocorrido. Lá, acabou sendo abordada pela polícia e todos foram parar na delegacia. “Neste dia, como tenho problema no coração, comecei a sentir dor no peito e fui até o hospital. Lá, como nossas fotos estavam espalhadas por eles nas redes, o guarda nos reconheceu e chamou a família e a polícia. Quando chegaram, eu já tinha tomado injeção e estava com dificuldade de respirar. Mesmo assim, fomos para a delegacia”, contou a moradora de Rio Negro.
Ela completa negando que qualquer pessoa da família dela tenha feito ameaças à família Gohr. Admitiu que o marido ligou para eles apenas pedindo para que as fotos fossem retiradas das redes porque estaria ocorrendo uma injustiça, mas negou ameaças. “Deram uma versão completamente diferente e só estamos ligando hoje para a Banda B porque procuramos um advogado, que nos orientou a dar a nossa versão, que é a verdadeira e comprova tudo. Jamais iria brigar na rua com meu neto de 4 anos e minha neta de 10 anos do lado”, finalizou Marili.
INVESTIGAÇÃO
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Matinhos que, até o momento, ainda não se manifestou sobre as acusações. Uma audiência de conciliação já está marcada na Justiça, no dia 20 de setembro, com a presença das duas famílias e testemunhas.
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